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A nova geração dos robôs de companhia

Avanços em inteligência artificial e design ajudam a aumentar empatia das máquinas

Por Claudia Tozzeto
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 Foto: Estadão

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Quem nunca assistiu a um filme de ficção científica e saiu da sala de cinema se perguntando como será o futuro, quando uma legião de robôs estiverem ao nosso redor? Com a iminente chegada ao mercado de uma nova geração de robôs de companhia, essa realidade está mais próxima do que se imagina. Em busca de um espaço na vida das pessoas, os novos robôs usam inteligência artificial, reconhecimento de voz e design mais amigável para criar empatia com as pessoas, além de recursos variados para ajudar a dar conta das tarefas do dia a dia.

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Um dos expoentes da nova geração, o robô Buddy vai chegar as lojas dos Estados Unidos em outubro de 2016. Desenvolvido pela startup francesa Blue Frog Robotics, ele arrecadou mais de US$ 600 mil no site de financiamento coletivo Indiegogo, em setembro de 2015 – o objetivo inicial era alcançar US$ 100 mil. “Já faz tempo que nós queríamos criar um robô de companhia, como dos filmes, mas a tecnologia não estava madura”, disse o cofundador e atual diretor de operações da startup, Franck de Visme, em entrevista ao Estado.

A primeira versão do Buddy demorou quatro anos para ser desenvolvida. O robô tem apenas 54 centímetros de altura e um tablet ocupa o lugar da cabeça. Ele não possui braços para afastar de si a imagem amplamente divulgada nos filmes de que os robôs representam um risco potencial aos humanos.

Na tela do tablet, a animação de um rosto, controlada por um algoritmo de inteligência artificial, muda de expressão conforme a conversa. Criado para viver em casa, o Buddy não é só um robô ‘fofinho’: ele é equipado com uma câmera, cinco sensores para ajudá-lo a se deslocar pelo espaço sem esbarrar nos móveis e um microfone, que capta a voz do dono em vários idiomas, inclusive em português do Brasil.

Quando está em casa, o morador pode pedir que ele vá acordar um dos filhos, já que ele reconhece o rosto de qualquer membro da família; o robô também pode ditar uma receita ou colocar sua playlist favorita para tocar. O Buddy patrulha a casa quando o dono não está e, em caso de movimentação suspeita, envia um alerta. É possível também controlar o robô à distância, por meio do smartphone, para verificar se o forno ficou ligado por engano.

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“Com os avanços em inteligência artificial, o Buddy vai ficar cada vez mais esperto”, diz de Visme. “Conforme o sistema ‘ouve’ o que as pessoas perguntam e como falam, ele vai se adaptando.” Assim como um smartphone ou tablet, o Buddy vai ganhar novas funções ao longo do tempo a partir de aplicativos criados por terceiros.

A Emotech, uma startup britânica, também se inspirou nos filmes para criar o robô Olly. No formato inusitado de um olho, ele usa inteligência artificial para aprender os hábitos do dono e desenvolver uma personalidade própria. “Se o dono é calado, o Olly vai falar pouco com ele, mas vai conversar bastante se ele for do tipo comunicativo”, explica a cofundadora da Emotech, Chelsea Chen. A startup planeja levar o produto ao mercado com a ajuda de sites de financiamento coletivo.

Pechincha. Quando chegar às lojas, o Buddy vai custar US$ 749 nos EUA – um pouco mais caro que a versão intermediária do relógio inteligente da Apple ou do skate elétrico do momento, o Hoverboard. Para o mundo dos robôs – que até pouco tempo custavam mais de US$ 20 mil – é o que podemos chamar de uma pechincha.

O preço cai rapidamente, influenciado pela queda nos preços de processadores, sensores e outros componentes, além de novas tecnologias de software. O motivo é a alta demanda: cada vez mais aparelhos – do smartphone à geladeira – são equipados com essas tecnologias. “A queda nos preços dos produtos e componentes de tecnologia foi geral. E o robô nada mais é do que um computador”, diz o professor e pesquisador do departamento de sistemas de computação da USP de São Carlos, Fernando Osório.

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Um exemplo é o robô Pepper, considerado o primeiro a compreender emoções. Lançado pela fabricante japonesa Softbank em parceria com a francesa Aldebaran em junho do ano passado, ele começou a ser vendido com preço de US$ 1,6 mil. O preço é uma fração dos quase US$ 20 mil da primeira versão do robô Nao, desenvolvido pela empresa francesa em 2004.

Promessa. Aldebaran, Softbank, Blue Frog e outras estão de olho em um mercado promissor. Segundo a consultoria ABI Research, 165 milhões de robôs domésticos serão vendidos em 2025, em um mercado que deve movimentar US$ 17 bilhões. Em 2015, a receita do setor ficou em US$ 3,5 bilhões. “Apesar do volume pequeno, os robôs pessoais vão gerar uma receita generosa”, escreveu o diretor da ABI Research, Phil Solis, no relatório divulgado pela empresa em dezembro de 2015.

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