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A primeira safra de startups de São Carlos

Após anos de êxodo de engenheiros, cidade está se transformando em novo polo de tecnologia no País

18/02/2018 | 04h00

  •      

 Por Mariana Lima (texto) e Werther Santana (fotos) - enviados especiais

*Atualizado no dia 26 de fevereiro de 2018 às 17h10 com as informações do ParqTec.

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Onovolab, liderado por Anderson Criativo, deve ocupar 21 mil metros quadrados até 2019

Werther Santana/Estadao

Onovolab, liderado por Anderson Criativo, deve ocupar 21 mil metros quadrados até 2019

SÃO CARLOS - As ruínas da antiga Companhia Fiação Tecidos São Carlos, a primeira fábrica da cidade de mesmo nome, no interior de São Paulo, estão aos poucos dando forma a algo novo. A velha estrutura, localizada num terreno de 21 mil metros quadrados, ganhou no início de fevereiro um pequeno galpão moderno, cheio de empresas de tecnologia. Até a metade do próximo ano, se tudo der certo, a fábrica fundada no início do século 20 será totalmente ocupada pelo ONOVOLAB, um centro de startups. A construção se tornou símbolo de um movimento que tem feito São Carlos despontar como um novo polo de inovação, após décadas de êxodo de engenheiros.

Segundo apurou o Estado, existem hoje cerca de 150 startups na cidade, a maioria liderada por ex-alunos do campus da Universidade de São Paulo no município e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) – juntas, elas formam anualmente 300 engenheiros da computação. “Por anos perdemos recém-formados atraídos por salários e promessas de grandes empresas em São Paulo”, conta a presidente da Rede Paulista de Ambientes de Inovação (SP Rede), Bruna Boa Sorte.

As tentativas de estimular o empreendedorismo na cidade, porém, não são de hoje. Na década de 1980, uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deu início ao ParqTec, um parque tecnológico focado em impulsionar projetos de alunos de Física e Engenharia de Materiais da USP São Carlos e Ufscar. A iniciativa permitiu o surgimento de quatro empresas nessas áreas, como Opto Eletrônica e L&M.

“O Parqtec nasceu a partir de uma movimentação europeia, que deu origem a várias incubadoras em parceria com universidades de renome”, diz o presidente do ParqTec, Sylvio Rosa Júnior. Hoje, o parque ainda incuba empresa que oferecem produtos e serviços nas áreas de Biotecnologia, Física, Química, Nanotecnologia, Agricultura e Engenharia de Materiais.

Os ventos começaram a mudar quando alguns professores pensaram em estratégias para convencer os alunos a ficarem na cidade, na esperança de movimentar a economia local. O pioneiro foi André Carvalho, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos. Em 1995, ele começou a ensinar os alunos sobre planos de negócio.

“Era muito difícil mostrar que os alunos poderiam fazer muito mais que trabalhar por um bom salário”, afirmou Carvalho. “Foi preciso acontecer o Facebook e o Google para descobrirem que engenheiros podem empreender.” Hoje, segundo Carvalho, 25% dos alunos optam por fundar a própria empresa ou trabalhar numa startup.

Exemplo. O avanço da cultura empreendedora na cidade já começa a render casos de sucesso. Criada em 2014, a startup Arquivei, que faz a gestão automatizada de notas fiscais, recebeu aporte do fundo Monashees – um dos primeiros a investir no aplicativo de transporte 99, hoje avaliado em US$ 1 bilhão. Em 2017, a Arquivei se tornou ainda a primeira empresa da cidade selecionada para o programa de aceleração do Google, no Vale do Silício.

Sem sair de São Carlos, a empresa conquistou clientes como McDonald’s, O Boticário e Kraft Heinz, o que garantiu um faturamento de R$ 15 milhões em 2017. O sucesso fez do fundador, Christian di Cicco, uma espécie de celebridade local: ele é procurado frequentemente por outros empreendedores. “Eu tento repassar o que aprendo”, diz di Cicco. “Nem sempre é fácil pela falta de tempo.”

Conheça mais sobre o movimento de startups em São Carlos (SP)

  •      
ONOVOLAB

Foto: Werther Santana/Estadão

Recém-inaugurado em São Carlos, o centro de inovação ONOVOLAB promete reforçar o ecossistema de startups da cidade

ONOVOLAB

Foto: Werther Santana/Estadão

O NOVOLAB está sendo construído em um terreno de 21 mil metros quadrados, local que abrigou a primeira fábrica da cidade

ONOVOLAB

Foto: Werther Santana/Estadão

A previsão é que o NOVOLAB ocupe totalmente o território da antiga fábrica de tecidos em 2019. O espaço prevê área para startups, auditório, biblioteca, cervejaria e centro cultural

ONOVOLAB

Foto: Werther Santana/Estadão

Atualmente, 12 startups ocupam um galpão de um pouco mais de 1 mil metros quadrados no ONOVOLAB

ONOVOLAB

Foto: Werther Santana/Estadão

Além das startups, o espaço recebe equipes da farmacêutica Roche e da empresa de cartões Elo

ONOVOLAB

Foto: Werther Santana/Estadão

Leandro Palmieri e Anderson Criativo são alguns dos três fundadores do ONOVOLAB

Rede Paulista de Ambientes de Inovação

Foto: Werther Santana/Estadão

Bruna Boa Sorte, presidente da  Rede SP, destaca o amadurecimento do mercado de startups em São Carlos.

André Carvalho - USP São Carlos

Foto: Werther Santana/Estadão

Professor do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da USP São Carlos, André Carvalho foi um dos pioneiros em incentivar os alunos a criar startups, em 1995

Itera

Foto: Werther Santana/Estadão

A Itera, startup são-carlense de monitoramento, é uma das empresas que estão dentro do centro de inovação

SigaLei

Foto: Werther Santana/Estadão

Nascida em São Carlos, a SigaLei é uma startup que faz monitoramento automatizado de tramitação de projetos de lei

Arquivei

Foto: Werther Santana/Estadão

Criada em 2014, a Arquivei é uma startup de referência para os novos empreendedores. Ela já participou do processo de aceleração do Google, no Vale do Silício, e recebeu investimento do fundo Monashees

Calamar

Foto: Werther Santana/Estadão

Empresa de automatização ao cliente, a Calamar também está presente no ONOVOLAB

Petiko

Foto: Werther Santana/Estadão

Petiko, um clube de assinaturas para produtos pets, já tem mais de 6500 clientes pelo Brasil, mas não deseja sair de São Carlos

A criação do ONOVOLAB, galpão erguido nos vestígios da antiga fábrica de tecidos, também teve como motivação facilitar a interação entre empreendedores locais. O espaço foi criado por três paulistanos: os profissionais de marketing Anderson Criativo, de 39 anos, e Leandro Palmieri, de 35 anos – que fundaram duas empresas juntos antes, a MobMob e a Neelken –, bem como David Ruiz, de 35 anos, que além de empreender, é gerente de inovação da empresa de cartões Elo. Eles se conheceram durante eventos para startups em São Paulo e decidiram administrar um centro de inovação juntos. A ideia era apostar em São Paulo, mas uma viagem a São Carlos fez os planos mudarem. “Vimos como o ecossistema aqui está crescendo, mas ainda é carente de alguns atores”, conta Criativo, que não revela o montante investido no negócio.

Hoje, o centro abriga 12 startups; no total, são 120 pessoas dividindo as bancadas do galpão do ONOVOLAB. Uma das startups presentes é a Itera, que presta serviços de monitoramento de redes sociais. “A possibilidade de parcerias com grandes empresas é a principal vantagem”, diz a diretora de produto da startup, Val Fontanette.

O espaço também tenta atrair o interesse de grandes companhias. Hoje, a farmacêutica Roche e a Elo já contrataram ONOVOLAB para montar equipes de profissionais de inovação que possam desenvolver soluções e novos produtos. Há também parceiros, como Amazon Web Services e Serasa, que vão patrocinar cursos de programação.

Desafios. Apesar da evolução, o ecossistema de inovação de São Carlos ainda é pouco organizado. Não há, por exemplo, um levantamento oficial da prefeitura sobre o número de empresas ou investimentos aplicados na cidade. Além disso, faltam aceleradoras e investidores – empreendedores costumam ir a São Paulo em busca de dinheiro.

Outro problema é a disputa por mão de obra com empresas em outras cidades. Segundo o site de recomendação de empregadores Love Mondays, o salário médio pago a um engenheiro de software em São Paulo é de R$ 7 mil por mês, bastante superior aos R$ 4 mil oferecidos pelas empresas em São Carlos.

“As startups de São Carlos enfrentam problemas comuns a outras cidades do Brasil”, diz o cofundador da consultoria de inovação Startadora Vinícius Machado. “Mas os empreendedores de lá têm uma educação de alta qualidade e isso fará a cidade se desenvolver rápido.”

    Tags:

  • São Carlos [SP]
  • Tecnologia

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