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Imagem Silvio Meira

Silvio Meira

A vida é só um programa

Os 'robôs vivos' são mais um exemplo de que talvez tenhamos que tratar sistemas vivos complexos – humanos, por exemplo – também como código de programas de computador. Nas coisas vivas, no lugar do silício, entra o carbono.

15/01/2020 | 05h00

  •      

 Por Silvio Meira - O Estado de S. Paulo

 

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Cientistas acabam de anunciar a criação dos primeiros robôs vivos, feitos com a ajuda de algoritmos evolucionários e supercomputadores, a partir de células tronco de sapos. “Eles” têm algo que poderia ser chamado de “coração”, andam e nadam, podem trabalhar em grupos, sobreviver semanas sem comida, se curar sozinhos até mesmo quando seccionados em duas partes. São pequenos o suficiente para navegar em artérias. 

Parece ficção científica, mas não é. A parte da imaginação, ainda, é que eles poderiam trabalhar como limpadores e livrar uma boa parte da população dos efeitos colaterais dos remédios para controle de placas de gordura... e da fatalidade de não tomá-los.

Criaturas podem até se curar sozinhas

Universidade de Tufts

Criaturas podem até se curar sozinhas

Geneticamente, as “coisas” são sapos, porque foram construídas a partir deles, mas isso é só um detalhe; poderiam ter sido feitas a partir de DNA sintético, tecnologia que em breve será parte do repertório básico de laboratórios e empresas mundo afora. Apesar de terem sido construídas como arranjos celulares de certa complexidade, dizer que são “robôs vivos” exige uma reinterpretação do que é a vida, já que estes sistemas são incapazes de evoluir, não têm órgãos reprodutores e não se multiplicam. Ainda bem. Mas morrem, se privados de nutrientes. E, como são “vivos”... são biodegradáveis, ao contrário de robôs de plástico. 

Os robôs foram criados em universidades dos EUA. Sua pesquisa, publicada no início de 2020, serve para descortinar a década. São mais um exemplo de que talvez tenhamos que tratar sistemas vivos complexos – humanos, por exemplo – também como código de programas de computador. Nas coisas vivas, no lugar do silício, entra o carbono. As implicações serão imensas, seja do ponto de vista prático, filosófico ou ético. 

Isso sem falar nos riscos biológicos que estes sistemas devem representar. Quando se considera o imenso potencial de inovação da biologia sintética, também há que se avaliar os riscos que a síntese de DNA representa para a biossegurança do planeta. Porque já está demonstrado que é possível escrever novos vírus a partir do zero. Talvez pior: até recriar vírus hoje extintos a partir de fragmentos de DNA que podem ser adquiridos no mercado.

Os anos 2020 se abrem, auspiciosamente, com os “robôs vivos” anunciando um universo de inovação que pode mudar, para sempre, o conceito de “vida”. Ao mesmo tempo, e justamente por causa disso, cria-se todo um espectro de possibilidades de manipular agentes e sistemas biológicos para criar riscos inimagináveis até agora. 

Será que dá para ter o só o lado bom e evitar o que há de ruim da onda de bioinovação? É quase certo que não. São episódios paralelos da série de mudanças relacionadas à vida que veremos neste século. Um programa que, literalmente... quem viver, verá.

É PROFESSOR EXTRAORDINÁRIO DA CESAR.SCHOOL, FUNDADOR E PRESIDENTE DO CONSELHO DO PORTO DIGITAL E CHIEF SCIENTIST NA DIGITALSTRATEGY.COMPANY

    Tags:

  • DNA
  • robô
  • sapo rã perereca

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