A Adidas está testando um novo tipo de venda personalizada de agasalhos em uma loja em Berlim, na Alemanha. Os clientes passam por um escaner para determinar suas medidas e podem personalizar a peça em uma máquina, que começa a fabricar o produto na hora. Ao final do processo, que leva algumas horas, o produto é finalizado à mão, lavado e passado e entregue na casa do cliente. Os agasalhos custam € 200.
O novo modelo, que é semelhante a um game interativo, permite que o cliente entre em uma sala escura onde projeções de estampas alternam-se em seu peito. Para alterar a estampa, ele movimenta as mãos e seus gestos são “entendidos” por sensores. Ao final, ele pode escolher a estampa que mais gostou em um computador e, depois que a máquina checa as medidas do cliente, a blusa começa a ser fabricada.
“É bastante individual, é como costurar seu próprio agasalho”, diz a cliente Christina Sharif, que disse ter pedido mangas mais curtas do que o comum em seu modelo azul vibrante.
A loja fica em um shopping e faz parte de uma série de medidas da companhia para se adaptar mais rápido às demandas do consumidor. Até 2020, a empresa espera que 50% de seus produtos sejam feitos em um tempo menor que o registrado em 2016. Com isso, a expectativa é de que a Adidas alcance um lucro operacional mais próximo do registrado por concorrentes, como a Nike.
“Se nós pudermos entregar para o consumidor o que ele quer, onde e quando ele prefere, nós podemos diminuir os riscos”, diz o diretor de marca da Adidas, Eric Liedtke. “No momento nós estamos apostando no que pode vir a ser popular.”
Ainda não há garantias, porém, que a fabricação personalizada de produtos se torne padrão nas lojas da Adidas. O projeto, que ocorre somente na loja em Berlim, faz parte de uma pesquisa apoiada pelo governo alemão, em cooperação com universidades e indústrias. Segundo a marca, os resultados do projeto serão avaliados antes da expansão para outras lojas.
Sapatos. A Adidas também pretende reduzir o tempo necessário para que novos modelos de tênis sejam fabricados e cheguem às lojas, o que costuma demorar entre 10 e 18 meses. Por isso, nos Estados Unidos e na Alemanha, a companhia está abrindo fábricas que são operadas principalmente por robôs.