Responsável por liderar rodadas de investimentos que já injetaram quase US$ 700 bilhões em startups brasileiras, o SoftBank tinha outra opção no mercado de fintechs local antes de investir no Banco Inter: o Nubank.
Segundo apurou o Estado, o grupo japonês e a empresa do cartão de crédito roxo estiveram em tratativas para investimentos – em abril, a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, chegou a participar de um jantar com Marcelo Claure, diretor de operações e líder do fundo latino de US$ 5 bilhões que o SoftBank montou por aqui. Outros participantes do jantar, como Gympass, Loggi e Rappi, acabaram recebendo aportes dos japoneses.
Nubank está valendo cerca de US$ 10 bilhões
De acordo com fontes do mercado, o motivo pelo qual o aporte no Nubank não foi realizado foi um desacordo entre as duas partes sobre o valor que o SoftBank investiria na brasileira e a avaliação de mercado que ele traria ao negócio. O acordo anunciado na última sexta-feira pelo Nubank, com aporte de US$ 400 milhões liderado pelo fundo do Vale do Silício TCV, acabou sendo mais vantajoso.
Na sexta-feira, ao Estado, Cristina Junqueira desconversou sobre o assunto. “Sempre conversamos com fundos, mas o que temos para anunciar agora é este aporte.” Na ocasião, o Nubank acabou avaliado em US$ 10 bilhões – mais de um quarto do valor de mercado do Banco do Brasil. A avaliação era semelhante à que o Nubank conquistaria com o SoftBank, segundo publicou o site americano Vox em junho, mas os valores do investimento provavelmente seriam diferentes.
Para Felipe Matos, autor do livro 10 Mil Startups, o Inter acabou sendo a “segunda melhor opção disponível no mercado”, por já ter um histórico de bons resultados e ser “nativo digital”. Outras fintechs brasileiras badaladas, como o C6 Bank, que está prestes a entrar em funcionamento, teriam sido preteridas pelo primeiro quesito. “É uma companhia que, embora tenha nascido com pedigree, ainda precisa se provar, enquanto o SoftBank busca empresas já mais estabelecidas.”
Procurado pela reportagem para comentar o assunto, o Nubank disse que não ia se manifestar.
Veja a história do Nubank em 17 fotos
Colombiano radicado nos Estados Unidos, David Vélez se muda para São Paulo com o objetivo de abrir um escritório do renomado fundo de investimento Sequoia Capital no Brasil - isso com apenas "20 slides na bagagem". A empreitada, no entanto, não dá certo e ele pede demissão do fundo.
Depois de algumas frustrações com bancos, Vélez levanta seed de US$ 2 milhões da Sequoia Capital e Kaszek Ventures para criar em uma nova startup de serviços financeiros no Brasil.
Ao lado da executiva Cristina Junqueira, que acumulava experiências no setor financeiro e no Banco Itaú, e do programador norte-americano Edward Wible, Vélez funda a startup de serviços financeiros Nubank. A ideia do trio era oferecer um cartão de crédito gerenciado por um aplicativo no celular, livre de tarifas e anuidades
A Sequoia Capital, em parceria com a Kaszek Ventures e com o bilionário empreendedor Nicolas Berggruen, anuncia um aporte de US$ 14,3 milhões no Nubank. Na prática, é o segundo investimento da Sequoia na startup, posto que em 2013, de forma discreta, o fundo fez um investimento seed de cerca de US$ 1 milhão para Vélez começar a operação do Nubank. Também em abril é registrada a primeira transação com um cartão Nubank.
O Nubank lança seu cartão de crédito para o público, reforçando sua identidade de um serviço financeiro livre de tarifas e anuidade, gerenciado por um aplicativo no celular.
A startup recebe um aporte de R$ 90 milhões liderado pelo fundo Tiger Global Management com a participação de outros fundos já investidores, como Sequoia Capital, Kaszek Ventures e QED Investors. O Nubank já acumulava 200 mil pedidos do cartão e registra clientes em todos os 26 estados e no Distrito Federal. A empresa ainda atingiu 750 mil compras em 74 países ao redor do mundo.
Numa rodada liderada pelo Founders Fund, fundo de investimento do bilionário do Vale do Silício Peter Thiel - que cofundou o PayPal e foi um dos primeiros investidores do Facebook - o Nubank recebe US$ 52 milhões em investimentos.
O fundo DST Global, do bilionário russo Yuri Milner, lidera nova rodada de investimentos para a startup, que recebe um novo aporte de US$ 80 milhões. É o primeiro investimento na América Latina feito pelo russo, que ficou conhecido por colocar dinheiro em empresas como Alibaba, Twitter e Spotify.
Atendendo a pedidos dos usuários, o Nubank anuncia um serviço de conta-corrente digital: a NuConta. Segundo o fundador David Vélez, a ideia é fornecer a mesma agilidade do serviço do cartão de crédito oferecido pela empresa e desburocratizar o processo de abertura de conta bancária. A conta-corrente digital, porém, não conta com cartão de débito vinculado e ainda está em fase de testes – seu lançamento para o mercado deve acontecer em breve.
O Nubank anuncia a abertura de seu primeiro escritório internacional em Berlim, na Alemanha. A sede é voltada para a área de engenharia da startup, e liderada por Gavin Bell, ex-engenheiro da plataforma online de publicação de áudios SoundCloud
Depois de uma espera de quase dois anos, o Nubank recebeu autorização do Banco Central para operar como instituição financeira. Isso permite que a empresa não dependa de bancos parceiros para captar recursos e oferecer crédito. Até então, a fintech havia emitido mais de 3 milhões de cartões de crédito no País.
O Nubank torna-se a terceira startup brasileira a obter um valor de mercado de US$ 1 bilhão. Os outros dois “unicórnios” são o aplicativo de transporte 99, que chegou ao montante após ser comprada pela chinesa Didi Chuxing, e a plataforma PagSeguro, que atingiu o valor após sua oferta inicial na bolsa de Nasdaq, nos Estados Unidos.
Foi a vez da gigante chinesa Tencent, dona de serviços como WeChat e WePay, populares na Ásia, investir no Nubank. A startup recebeu uma rodada de US$ 180 milhões em aportes, o que fez o Nubank ser cotado em US$ 4 bilhões. A Tencent também adquiriu participação minoritária na brasileira.
A empresa deu mais um passo rumo a tornar-se um banco tradicional e anunciou um cartão de débito e saques em caixas eletrônicos. Os clientes tiveram acesso aos novos serviços no primeiro semestre de 2019.
O Brasil ficou pequeno para o Nubank: a empresa anunciou a inauguração de escritórios no México e na Argentina. O objetivo do Nubank foi atingir um público de 52 milhões de pessoas sem acesso ao sistema bancário nos dois países.
No início do mês, empresa chegou a 10 milhões de clientes, incluindo contas digitais e cartões de crédito, e encerrou a lista de espera para a liberação de seus serviços. O Nubank também anunciou sua entrada no setor corporativo, com um projeto piloto para oferecer conta corrente para pequenas empresas, focada em profissionais autônomos e microempreendedores individuais.
O Nubank encerrou o mês em alto estilo: tornou-se a primeira startup brasileira avaliada em cerca de US$ 10 bilhões. A empresa recebeu uma rodada de investimento de US$ 400 milhões, liderada pelo TCV, que já investiu em nomes como Facebook e Netflix.