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Sócio da Startse. Escreve mensalmente às terças

Opinião|Aprendiz para a vida toda

Desenvolver uma carreira, seja em tecnologia ou não, virou um processo contínuo de “hackear” as suas próprias experiências

Atualização:

Na última semana, conversei com Marc Tarpenning, cofundador da Tesla, durante o Silicon Valley Web Conference, evento online e gratuito que a StartSe promove em outubro. Por conta da grande presença de jovens na audiência, perguntei: “Marc, o que você diria para alguém em início de carreira na área de tecnologia?” A sua resposta foi: “as pessoas precisam desenvolver o hábito de serem lifelong learners”. De serem eternas aprendizes.

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O que está por trás dessa fala de Tarpenning? Bem, atualmente, tudo se torna obsoleto mais rápido. Segundo a Deloitte, a meia-vida de uma competência é de 5 anos nos dias de hoje. O que aprendemos em 2020 perderá metade da sua importância em 2025. Buscar capacitação se tornou inevitável.

Em paralelo, nunca tivemos tanto acesso a informação. Agora, com 10 minutos de pesquisa na internet e um pouco de paciência, qualquer pessoa pode ser exposta aos conteúdos mais densos e profundos que existem em relação aos temas de seu interesse. A maioria, inclusive, de graça. Não há mais por que esperar um curso, certificação ou MBA para se tornar alguém melhor. Você pode melhorar hoje mesmo, nesse instante. Com o planeta evoluindo em alta velocidade, a educação é o único antídoto capaz de combater os efeitos das atuais transformações. Ser aprendiz para a vida toda se tornou um hábito imprescindível para qualquer profissional evoluir na carreira. Afinal, como afirmou Alvin Tofler, “os analfabetos desse século não são aqueles que não sabem ler ou escrever; mas os incapazes de aprender, desaprender e aprender de novo”.

Buscar capacitação se tornou inevitável Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em geral, somos condicionados a entender “educação” como um termo exclusivo a escolas, faculdades e demais instituições acadêmicas. Porém, o que esses lugares oferecem é um tipo de educação. Importantíssimo, diga-se de passagem. Mas não o único. A vida contemporânea torna disponíveis infinitas formas para você aprender alguma coisa. Afinal, leitor e leitora, estamos no século XXI. Faz tempo que o monopólio do conhecimento não é mais das universidades. Assim como o da hospedagem não é mais dos hotéis, o da música não é mais das gravadoras, o dos filmes não é mais de Hollywood, o do transporte individual de passageiros não é mais dos táxis... Os avanços tecnológicos dão acesso ao que é restrito, democratizam o que é caro. Em breve, a melhor educação disponível na Terra será entregue massivamente por meio da tecnologia. E quando isso acontecer, o ensino oferecido aos bilionários terá a mesma qualidade do oferecido aos cidadãos mais pobres do mundo.

Desenvolver uma carreira, seja em tecnologia ou não, virou um processo contínuo de “hackear” as suas próprias experiências – termo que o próprio Tarpenning usou – para enfrentar o futuro cada vez mais imprevisível que se apresenta. *É SÓCIO DA PLATAFORMA PARA STARTUPS STARTSE

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Opinião por Maurício Benvenutti
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