Brasileira cria tecnologia para autoexame contra câncer de mama

VidaCam usa um computador simples, como um Raspberry Pi, e uma câmera capaz de detectar temperaturas diferentes e custa US$ 100

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Por Bruno Capelas e enviado a São Francisco (EUA)
Atualização:
A brasileira Isabela (centro) e suas amigas Lauren Yohanna criaram VidaCam, que ajuda a detectar cancer de mama Foto: Oracle Education Foundation

Um dispositivo que custa menos de US$ 100 e pode ajudar mulheres na prevenção do câncer de mama: este é o VidaCam, um dos projetos desenvolvidos pelos estudantes da design.tech, escola de ensino médio que fica dentro da sede da Oracle em Redwood City, no meio do Vale do Silício. Por meio de um computador simples, como um Raspberry Pi, e uma câmera capaz de detectar temperaturas diferentes, ele pode ajudar mulheres a fazer o autoexame de forma mais sensível do que pelo toque. 

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“As células do câncer são mais quentes do que as saudáveis, porque estão constantemente se dividindo e tem maior fluxo sanguíneo”, explica a brasileira Isabela, de 15 anos, que criou o projeto ao lado das colegas Yohanna e Lauren – por serem menores de idade, as três não forneceram seus sobrenomes ao Estado

“Na aula, somos encorajados a resolver problemas das pessoas. Meu time decidiu ajudar uma das nossas técnicas da Oracle, que já teve câncer de mama”, explica Isabela, que se mudou com a família para o Vale em 2012, em busca de oportunidades e escolas melhores. Quando acabar a escola, diz ela, quer fazer medicina, para “continuar ajudando as pessoas”.

Gratuita, a escola da Oracle tem, além do currículo usual, aulas focadas em temas como visualização e análise de dados, design thinking, internet das coisas e empreendedorismo. Para entrar nela, não adianta ter boas notas ou um contato especial: a seleção é feita por sorteio, com prioridade para os alunos que moram mais próximos à sede. No ano passado, foram milhares de inscrições para pouco mais de cem vagas. 

Após apresentar o VidaCam na feira da empresa, o trio seguirá trabalhando no projeto – a meta é reduzir o preço a menos de US$ 50, para torná-lo acessível a consumidores e incentivar a distribuição gratuita.

*O repórter viajou a convite da Oracle.

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