CES 2018: Toyota apresenta conceito de carro autônomo modular para lojas

Com testes previstos para 2020, o furgão autônomo e-Palette pode ser customizado para levar passageiros, servir como loja sobre rodas e até mesmo entregar comida; Amazon, Uber e Pizza Hut estão entre os parceiros

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Para Toyota, futuro com carros autônomos será de veículos customizáveis Foto: Toyota

Se depender da montadora japonesa Toyota, no futuro, não serão as pessoas que irão até às lojas, mas sim o contrário. Na manhã desta segunda-feira, 8, a empresa apresentou na Consumer Electronics Show (CES), feira de tecnologia que acontece esta semana em Las Vegas, um novo conceito de carro. Trata-se do furgão sem motorista e-Palette, que poderá ser customizado por empresas e usuários para transporte de passageiros, entrega de comida, um quarto de hotel ou até mesmo ser uma loja portátil sobre rodas. 

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Com tamanhos que variam entre quatro e sete metros de comprimento, o veículo, elétrico e capaz de se dirigir sozinho, ainda é um conceito -- a meta da Toyota é colocá-lo em testes em grandes eventos nos próximos anos, como os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. “A ideia do e-Palette é aumentar a produtividade do usuário. Com ele, o tempo de viagem não é mais o tempo de dirigir, mas do que a pessoa quiser”, disse Akio Toyoda, presidente da Toyota, durante a apresentação. 

Segundo o executivo, o veículo poderá usar o sistema de direção autônoma da Toyota ou a plataforma que o usuário desejar -- algo que pode vir a calhar para alguns dos parceiros revelados pela empresa para o projeto, como o Uber ou a chinesa Didi, que comprou na semana passada a startup brasileira de transporte por aplicativo 99. Quem também está entre os parceiros da Toyota para o projeto é a Amazon -- que facilmente pode usar o conceito de loja de demonstração sobre rodas -- e a Pizza Hut. 

O e-Palette é parte do projeto da Toyota para se redefinir como uma empresa de mobilidade, deixando para trás a ideia de ser somente uma montadora de carros. “No futuro, serão as plataformas que vão importar, qualquer que seja o hardware ou o software. Nossos competidores já não fazem mais carros: são empresas como Google, Apple e Facebook”, disse Toyoda durante a conferência, que durou pouco mais de 20 minutos, em Las Vegas. 

Não é o primeiro esforço da empresa nesse sentido: no ano passado, a companhia revelou o Concept-i, carro-conceito que não só deve dirigir sozinho, mas também conversa com o usuário e entende suas emoções. O veículo não tem previsão de chegada ao mercado. 

*O jornalista viajou a convite da Consumer Technology Association (CTA)

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