Comissão da Câmara proíbe implante de chips sem autorização

Projeto de lei veta que dispositivos eletrônicos ou eletromagnéticos com rastreamento via satélite, GPS, rádio ou telefonia, salvo com pedido da Justiça

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Por Redação Link
Atualização:
Implantes no corpo são a nova fronteira da tecnologia Foto: Divulgação/Dangerous Things

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara dos Deputados aprovou na última semana um projeto de lei que proíbe o implante de chips de identificação em seres humanos sem autorização – a exceção fica por conta de casos em que haja determinação judicial ou autorização da própria pessoa que deseja fazer o implante. 

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De autoria do deputado Missionário José Olímpio (PP-SP), o PL 7651/14 abrange qualquer dispositivo eletrônico ou eletromagnético que permita rastreamento via satélite ou GPS, telefona, rádio ou antenas. O texto original proibia qualquer tipo de implante, ainda que ressalte a importância que o uso desse tipo de dispositivo pudesse ter na área de segurança pública, prevenindo e reprimindo crimes. 

Na comissão, o relator João Campos (PRB-GO) decidiu abrir espaço para que o uso de chips poderia ser feito quando houver autorização dos usuários. "A utilização dependerá de autorização para não configurar violação, por exemplo, ao direito à intimidade e à privacidade, que são previstos na Constituição Federal", disse Campos. 

Normalmente colocados sob a pele, no espaço entre o polegar e o indicador da mão, os tipos mais comuns de biochips têm o tamanho de um grão de arroz, em formato de cápsula – feita com vidro biodegradável para evitar rejeição. Nos Estados Unidos, o preço costuma variar entre US$ 30 e US$ 80, dependendo da tecnologia de comunicação utilizada. 

Em seu parecer, o relator comentou a possibilidade de, no futuro, os chips implantados substituírem o uso de tornozeleiras eletrônicas – segundo Campos, a "pulseira traz constrangimento ao preso", enquanto o chip poderá fazê-lo "andar sem ser prontamente identificado como um condenado". Diversas tecnologias em estudo pretendem tornar possível armazenar em um único chip senhas e informações pessoais.

Após a aprovação na CSPCCO, o projeto segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da casa – caso seja aprovado, pode seguir direto para o Senado, sem passar pelo plenário, se não houver recurso. 

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