Link Estadão

 
  •  inovação
  •  cultura digital
  •  gadgets
  •  empresas
  •  games
formulário de busca

De olho em expansão global, startup Resultados Digitais muda de nome

Após ver base de usuários crescer 50% desde último aporte, chegando a 20 mil clientes, startup catarinense passa a se chamar RD Station para atrair mercado internacional

01/12/2020 | 10h00

  •      

 Por Bruno Capelas - O Estado de S. Paulo

 

Leia mais

  • Resultados Digitais levanta R$ 200 milhões em novo aporte

Um dilema clássico de muitas startups com alguns anos de estrada é lidar com as dores do crescimento. Às vezes, o que funcionava numa salinha apertada já não faz mais sentido numa empresa com centenas de pessoas. A cultura muda, o jeito de resolver os problemas também – tudo em prol de um futuro melhor. No caso da catarinense Resultados Digitais, que completa 10 anos em janeiro, as mudanças chegam até a identidade: nesta terça-feira, 1, a empresa vai trocar de nome. De olho no mercado internacional, passa a se chamar RD Station – nome de seu principal produto, uma solução de marketing e vendas digitais voltada especialmente a pequenas e médias empresas (PMEs). 

“Hoje nós já temos 600 clientes no México e na Colômbia. Estamos testando o mercado e  vamos acelerar quando o modelo estiver redondo”, disse o presidente executivo da startup, Eric Santos, em entrevista realizada na segunda quinzena de novembro. O anúncio da mudança será feito no Hostel by RD Summit, evento online realizado pela empresa e foi antecipada ao Estadão. A mudança de nome para uma marca que faz sentido em outros países que não falam português, porém, é apenas uma das novidades de um ano movimentado para a Resultados Digitais, que já era conhecida informalmente pela sigla RD. 

Eric Santos, CEO da startup Resultados Digitais

Resultados Digitais

Eric Santos, CEO da startup Resultados Digitais

Por conta de seu público – as PMEs – a catarinense viu turbulência nos primeiros meses da pandemia, mas chega ao final do ano com um crescimento expressivo: chegou à marca de 20 mil clientes, contra os 13 mil de agosto de 2019, quando levantou um aporte de R$ 200 milhões. Eles pagam assinaturas mensais, que começa em R$ 59 e sobe de acordo com os pacotes de funcionalidade. “A média dos clientes paga mais de R$ 300”, diz Santos. Na época do cheque, a intenção da RD era reforçar a expansão internacional, mas o coronavírus freou parte desses planos. 

Agora, segundo Santos, é a hora de recuperar o tempo perdido, fortalecido pelo aprendizado dos últimos meses – além da aceleração na digitalização, a RD também chega ao fim do ano com contas no azul, algo inédito para a empresa. Ao Estadão, o executivo fala ainda sobre as transformações do mercado – como o avanço do WhatsApp para compras e a expansão do e-commerce – e o futuro da Resultados Digitais… isto é, da RD Station. A seguir, os principais trechos da entrevista. 

A Resultados Digitais vai completar 10 anos em janeiro. Por que mudar de nome agora? 

É interessante recapitular como a gente nasceu. Resultados Digitais era um manifesto para o mercado: mostrar para pequenas e médias empresas que o marketing digital podia ir além de ações que gerassem fumaça. Números em redes sociais são essas métricas de fumaça, são métricas de vaidade. A gente queria gerar receita e crescimento com essas iniciativas. E aí criamos várias marcas, RD Station, o evento RD Summit, o RD On the Road. Uma hora percebemos que isso tava confuso. E quando começamos a expansão internacional, essa sensação aumentou: não dava para ir para o México como Resultados Digitais. Agora, estamos reforçando a essência da marca e vamos reposicionar a empresa. 

A mudança acontece oito meses depois do início da pandemia (e um ano e meio depois do último aporte da RD). Como foi o ano de 2020 da empresa? 

A gente se surpreendeu positivamente com o resultado do ano. Quando começou a crise, achamos que poderíamos ter problemas porque atendemos as pequenas e médias empresas. Tivemos sorte porque nossa exposição aos segmentos mais afetados, como turismo e evento, não era tão grande. Nossa base é bem diversificada. Mas tivemos instabilidades no início da pandemia. O que nos surpreendeu foi a retomada e a aceleração da transformação digital a partir de maio, com muitas empresas que ainda não tinham sistemas de marketing ou de vendas digitalizado. A crise de saúde ainda não está resolvida, infelizmente, mas a indústria de tecnologia teve um efeito colateral positivo. Saltamos para 20 mil clientes. Além disso, no processo da gente se blindar e ter mais eficiência ao longo do ano, nós começamos a fechar as contas no azul (break even, no jargão do setor). Hoje, temos grande parte dos recursos do aporte e não estamos usando, porque estamos crescendo com os próprios recursos. 

Como a pandemia alterou o produto? 

Nós somos uma companhia de software que integra plataformas, seja em marketing ou em vendas. Muito da transformação que fizemos e pelas quais os clientes passaram foi via canais de mídias sociais. Uma coisa comum foi uma loja física que teve de aprender a subir um catálogo online no Instagram – e aí lançamos a vitrine virtual, que transforma as fotos do Instagram em uma página de vendas. Mas o movimento mais interessante foi relacionado ao WhatsApp, que já estava no dia a dia das empresas, mas não para o negócio todo. Agora, o ‘zap’ virou a forma de relacionamento com os clientes preferida, e estamos tentando ajudar nisso, trazendo mais integrações. A ideia é que a gente seja a solução para que o empreendedor não precise pensar muito: é ser o ponto de partida de tudo, de forma fluida. E ainda há muito espaço para evangelizar o mercado que o digital é importante. Do dia para a noite, a gente teve que aprender a fazer muita coisa online – e esse é um processo bastante irreversível. 

Em 2019, a meta já era expandir a empresa globalmente. Como ficou essa frente?

Nós já temos clientes em diversos países, mas fazer a expansão global é diferente. Hoje, estamos numa fase do projeto que chamamos de prova do modelo. Já temos 600 clientes no México e na Colômbia. Estamos testando o mercado e só vamos acelerar quando o modelo estiver redondo, chegando a outros mercados. É algo que nós estamos de olho, pretendemos contratar, também promovemos pessoas dentro do time. Uma carreira internacional é algo que motiva muito as pessoas a estarem aqui na RD. A mudança da marca é um passo importante. Hoje, temos 650 funcionários, estamos contratando bastante em todas as áreas. Acho difícil que cheguemos ao final de 2021 com menos de 800 pessoas, mas é um desafio crescer sem aumentar o time. É algo importante: além de ser difícil achar pessoas, isso resulta também em uma organização mais complexa. 

Como é planejar 2021 sem saber o cenário de saúde e como será a crise no Brasil? 

Os desdobramentos da pandemia são o maior risco que nós vemos. Não sabemos o impacto que pode ter uma segunda onda, é difícil de planejar como isso vai afetar os clientes, mas estamos tentando mitigar o risco. A pandemia era algo que ninguém esperava. Por outro lado, quanto à crise: o Brasil não tem crescido na última década, mas as empresas de tecnologia cresceram rápido. Nós trazemos ganhos de eficiência às empresas: o vendedor que ia para a rua ver dois clientes por dia hoje fala com sete, oito, pelo Zoom, com a ajuda da RD. Isso ajuda muito. Como cidadão, me preocupo muito com a recessão prolongada, nenhuma empresa sai ilesa disso, mas como companhia de tecnologia, temos uma situação privilegiada. A perspectiva de recessão nos próximos anos não muda nossa ambição. Mas tem coisas que não dá para prever – a gente brinca que o planejamento não contempla zumbis andando na rua. 

Uma startup que faz dez anos não pode mais ser chamada de jovem. Como manter a inovação e não ficar “parado no tempo”? 

A gente conquistou relevância no mercado que estamos, mas não podemos ficar parados. É um desafio crescer e estruturar a empresa, de forma corporativa, com previsibilidade, mas sem perder o modelo de questionar, de inovar. Estamos tentando trazer dinâmicas diferentes, liberando mais espaço para inovação interna e mirando aquisições. É uma preocupação sim e a gente não quer ficar pelo caminho. O que a gente fez nos primeiros 10 anos não é suficiente para seguir sendo relevante nos próximos 10. 

    Tags:

  • Resultados Digitais
  • marketing
  • startup
  • transformação digital
  • coronavírus
  • investimento empresarial
  • comércio eletrônico

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Assine o Estadão Já sou Assinante

Tendências

  • Preocupado com a política do WhatsApp? Preste atenção no Instagram!
  • No ano da pandemia, Netflix teve o maior aumento de assinantes da história
  • WhatsApp, Telegram ou Signal: qual app de conversa é mais seguro?

Mais lidas

  • 1.Depois de megavazamento de dados, usuários ficam de mãos atadas
  • 2.Oito dias após megavazamento de CPFs, Autoridade de Dados se pronuncia
  • 3.Vazamento de 220 milhões de CPFs pode ser o mais lesivo do Brasil, diz especialista
  • 4.Como o Rappi quer ser um banco digital e se consolidar como ‘superapp’
  • 5.Bill Gates se diz surpreso com conspirações 'loucas' sobre a pandemia
  • Meu Estadão
  • Fale conosco
  • assine o estadão
  • anuncie no estadão
  • classificados
  •  
  •  
  •  
  •  
  • grupo estado |
  • copyright © 2007-2021|
  • todos os direitos reservados. Termos de uso

compartilhe

  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • WhatsApp
  • E-mail

Link permanente