De olho nos EUA, startup curitibana Pipefy levanta aporte de US$ 45 mi

Apoiada por fundos americanos, dona de ferramenta para melhorar processos em empresas pretende aumentar equipe em 50% e abrir novo escritório nos Estados Unidos

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:

A startup curitibana Pipefy anuncia nesta quinta-feira, 10, que levantou uma nova rodada de aportes. Avaliado em US$ 45 milhões e liderado pelo fundo americano Insight Partners, o investimento ajudará a empresa a se expandir internacionalmente, com atenção especial aos Estados Unidos. Hoje, mais de 15 mil companhias, distribuídos em 150 países, utilizam a ferramenta da paranaense: voltada a clientes corporativos, a solução da Pipefy ajuda gestores de equipes a criar e melhorar processos internos como compras, contratações e manutenções. 

“Nossa missão é fazer com que o líder de uma equipe consiga melhorar os processos, sem ter que pedir ajuda para o departamento de tecnologia de informação (TI) da empresa”, explica Aléssio Alionço, presidente executivo da startup, fundada em 2015.“É uma ferramenta tão simples que até um estagiário pode configurar os processos.”

Pipefy, de Alionço, já tem dois escritórios nos EUA e quer abrir o terceiro em breve Foto: Eduardo Macarios/Pipefy

PUBLICIDADE

O modelo de negócios da empresa é baseado em assinaturas por usuário – o plano mínimo custa US$ 9 e cresce de acordo com funcionalidades, mas há uma versão gratuita para testes em empresas pequenas.

Recursos serão usados para expansão nos EUA 

Com os recursos levantados nesta rodada, a Pipefy pretende aprimorar sua ferramenta e expandir a equipe em 50% – quer chegar a 270 funcionários nos próximos 12 meses, contra os 180 atuais. Parte das contratações será nos Estados Unidos, onde a empresa já tem escritórios em São Francisco e em Austin, no Texas – duas cidades conhecidas por serem pólos de tecnologia. Entre os clientes da startup, há nomes como Santander, Vale, a consultoria Accenture e diversas startups, como Gympass, MercadoLivre e Stone. 

“Queremos ficar perto dos clientes e fazer contratações estratégicas em áreas como vendas”, diz Alionço, ao Estado. Hoje, a startup tem 20 funcionários nos EUA – a promessa é de dobrar a equipe e abrir mais um escritório, no início de 2020, em localização ainda não definida. 

Até por conta disso justifica-se a escolha da startup por investidores americanos. Além do Insight Partners, participaram da rodada também os fundos OpenView e Trinity Ventures, que já tinham participações na curitibana. “O que de fato nos incentivou a trabalhar com a Pipefy é sua plataforma capaz de gerar eficiência para empresas”, afirmou Jeff Lieberman, diretor geral do Insight Partners, em nota. Segundo Alionço, a maior parte do faturamento da Pipefy já vem de fora do Brasil – o executivo não revela números em absoluto, mas diz que a empresa triplicou de tamanho no ano passado e busca a mesma marca este ano. 

Publicidade

Caminho de internacionalização é raro e traz desafios, diz especialista

Para o empreendedor Felipe Matos, a Pipefy trilha o caminho da internacionalização desde seus primeiros dias. “O fato do time de tecnologia estar em Curitiba, no entanto, é uma vantagem de custo em comparação com os clientes globais”, diz o especialista, autor do livro 10 Mil Startups

É um caminho ainda raro para startups brasileiras – falta de exemplos e o tamanho do mercado interno costumam fazer poucos empreendedores dos País buscarem novas fronteiras. A expansão para ter mais escritórios nos Estados Unidos atende a outra demanda importante, na visão de Matos: conseguir dar suporte a clientes de peso. “Corporações buscam suporte consultivo ao comprar uma solução, o que demanda um time de vendas”, explica. “Será um desafio grande em um mercado competitivo, onde os custos são altos.” 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.