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Empreendedor de 22 anos cria startup de marketing digital

Desde que aprendeu a programar aos 11 anos, Anderson Ferminiano já criou três empresas de tecnologia

Por Thiago Sawada
Atualização:
 Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

Aos 22 anos, o empreendedor Anderson Ferminiano está à frente da operação da Voxus – empresa de marketing digital que gerencia espaços publicitários na internet. Embora pareça jovem demais para ocupar o cargo de diretor executivo de uma empresa, seu currículo revela uma boa experiência: a Voxus é a terceira empresa criada por Ferminiano, que agora pretende se focar, por pelo menos mais quatro anos, no mercado de publicidade.

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Mas, bem antes de empreender e trabalhar com marketing, Ferminiano queria mesmo era desenvolver jogos. Na época, ele tinha 11 anos e ganhou seu primeiro computador com conexão à internet. Costumava passar horas diante do monitor, imerso em jogos online, quando alguns jogadores começaram a lhe dar o caminho das pedras que despertariam seu interesse pela programação.

No começo, ele conta que os códigos sempre continham erros, mas buscando informações na internet e em livros que ele comprava com a mesada de R$ 15 por mês, "uma hora o programa funcionava". Foi assim, por meio de tentativa e erro, que Ferminiano se tornou programador e começou a trilhar sua carreira na área de tecnologia. "Durante as férias, eu programava durante 12 horas por dia, porque eu gostava de criar jogos para jogar depois", diz. Seu principal projeto na adolescência foi um game em que os jogadores escolhiam seis pokémons e disputavam batalhas online. O jogo chegou a ter 15 mil usuários cadastrados, porém teve de sair do ar quando Ferminiano recebeu uma carta da Nintendo, que detém o direito sobre a franquia Pokémon.

Com o conhecimento em programação, aos 14 anos, surgiu a primeira oportunidade de Ferminiano estagiar na empresa de desenvolvimento de sites Made in Web. "Antes de conversar comigo, o Anderson foi atrás de outras empresas que se recusaram a contratá-lo porque ele era muito novo", diz o presidente executivo da Made in Web, Vinicius Gallafrio. Sua função de recém-contratado era simples: colocar sites no ar e corrigir alguns erros. Insatisfeito com o trabalho, ele propôs que a empresa criasse um setor de inovação: em pouco tempo, o departamento se tornou responsável por desenvolver jogos e aplicativos para outras empresas.

Bastou terminar o Ensino Médio e acumular algum dinheiro em três anos de estágio para Firminiano ir morar em San Francisco, nos Estados Unidos, no coração do Vale do Silício. Sem conhecer os processos seletivos para as faculdades norte-americanas ele não conseguiu entrar no curso de programação de jogos. Mas aproveitou a oportunidade para conhecer outras pessoas com vontade de empreender. “Conheci um monte de empreendedores que eram basicamente programadores que desenvolviam uma ideia com uma visão muito mais de negócios”, conta.

Oportunidades. A experiência fora o levou a criar, junto com outros dois amigos, o site Estudar nos Estados Unidos. "Nosso foco era atender pessoas como eu que queriam estudar em escolas norte-americanas com bolsa de estudos", explica. Segundo Ferminiano, o site ajudou mais de 7 mil estudantes a se preparar para os vestibulares americanos.

Com o conhecimento obtido, ele mesmo conseguiu uma bolsa integral da Fundação Estudar para fazer o curso de administração na Faculdade de Babson, no estado americano de Massachusetts. "A gente observou que o Anderson tinha o perfil de um empreendedor típico. Desde moleque criando coisas e se envolvendo em projetos que não eram tão óbvios para pessoas da idade dele", conta o diretor executivo da Fundação Estudar, Tiago Mitraud.

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Nesta época, depois de deixar o site nas mãos de colegas, Ferminiano resolveu lançar sua segunda empresa, que operava um serviço de streaming de música baseado no modelo do Spotify, chamado Plaay. O app não foi para frente. "Tivemos muitos usuários mas não conseguimos monetizar o serviço muito bem", conta o empreendedor.

O fracasso da segunda empresa não desanimou Ferminiano. Antes de terminar o curso em Babson, ele decidiu criar a Voxus, fundada em dezembro de 2014. Para disputar o concorrido mercado de publicidade, ele decidiu se especializar em mídia programática, um segmento que usa algoritmos para analisar informações de usuários de internet – como localização e classe social – para decidir quais anúncios exibir. A empresa tenta se diferenciar pelo modelo de negócios: o cliente paga com base nos resultados das campanhas publicitárias.

Hoje, Ferminiano se dedica à empresa por tempo integral. "Posso não estar no escritório, nem respondendo e-mails, mas estou sempre pensando em algo novo", diz o jovem executivo. Para ele, o principal desafio da startup é crescer rápido com poucos funcionários. Atualmente, apenas 13 pessoas trabalham na empresa, mas a expectativa do empreendedor é dobrar o quadro de funcionários até o final do ano.

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