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Executivos criam programa para levar Brasil à indústria 4.0

Presidentes de empresas destacam medidas para colocar o Brasil no caminho da 4ª revolução industrial

10/10/2018 | 05h00

  •      

 Por Renée Pereira - O Estado de S. Paulo

 

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Foram dois anos e meio de intensas negociações em Brasília para conseguir, literalmente, tirar um robô da caixa. Até três meses atrás, a legislação determinava que esse tipo de máquina tinha de ficar isolada para garantir a segurança e integridade do trabalhador, afirma o presidente da multinacional ABB, Rafael Paniagua. Em 2015, a empresa lançou o primeiro robô colaborativo de dois braços, desenvolvido para trabalhar lado a lado com os humanos. 

Mas a determinação de manter o robô isolado, num estrutura fixa, era contrária ao objetivo do produto de elevar a produtividade da fábrica a partir do trabalho conjunto de funcionários e máquina. Isso atrasou a automação das fábricas nacionais interessadas em adotar o robô – no Brasil, o número de robôs por 10 mil trabalhadores é de 15, contra uma média mundial de 74.

Rafael Paniagua, presidente da ABB, lançou em 2015 o primeiro robô colaborativo desenvolvido para trabalhar lado a lado com os humanos

Tiago Queiroz/Estadão

Rafael Paniagua, presidente da ABB, lançou em 2015 o primeiro robô colaborativo desenvolvido para trabalhar lado a lado com os humanos

Esse tipo de dificuldade é apontada por especialistas e executivos com um dos entraves que afastam o Brasil da chamada 4ª revolução industrial. Foi a partir de experiências como a da ABB que, nos últimos meses, os presidentes das principais empresas do setor elétrico e eletrônico elaboraram uma série de propostas, entregues aos presidenciáveis, para fazer a indústria deslanchar e entrar no caminho da automação.

“Esse trabalho nasceu de uma conversa longa com os líderes das empresas sobre a indústria 4.0 e sobre como inserir o Brasil nas cadeias globais”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. Segundo ele, as propostas incluem linhas de financiamento para pesquisa e inovação; aperfeiçoamento do sistema educacional e redução de impostos e de barreiras tarifárias.

O trabalho teve a consultoria do economista da FGV, Márcio Holland, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Ele conversou com vários executivos e visitou inúmeras fábricas. “O mundo está em pleno processo da revolução 4.0, que representa o aumento da automação e da digitalização. O Brasil pode entrar nesse caminho numa velocidade maior.”

Das conversas com os executivos, surgiram várias propostas divididas em três pilares (leia mais ao lado). O chamado custo Brasil está no pilar que trata de ambiente de negócios, incluindo políticas macroeconômicas, reforma tributária, investimento em infraestrutura e reforma trabalhista. “A revisão do sistema tributário, por exemplo, pode tornar o País um polo exportador”, diz Holland. “Se você não tira os impostos, não consegue se integrar nas cadeias de valor.”

Rafael Paniagua, da ABB, oncorda. Para ele, desenvolver as exportações é o caminho mais rápido de gerar riqueza para o País. “Hoje, muitas oportunidades que temos de exportar são atrapalhadas por problemas de logística e tributários. Não dá para exportar impostos. Assim, é difícil competir com o exterior”, diz ele, que exporta 20% da produção local e importa 30%.

Outros pontos importantes foram destacados pelos executivos como entraves importantes para o desenvolvimento da indústria. Isso inclui mão de obra especializada e segurança jurídica para investimentos, afirma o presidente da HP, Claudio Raupp. Na avaliação dele, para que o Brasil entre como protagonista na revolução 4.0 é necessário um esforço conjunto de múltiplos atores, como empresas, entidades setoriais, governo e escolas técnicas/universidades para formação de mão de obra. 

“É importante que esses pilares estejam sincronizados porque essa é uma iniciativa de País. Nenhuma nação avança na indústria 4.0 se não for uma decisão de Estado”, diz Raupp. Segundo o executivo, é preciso criar condições para quem está investindo e desenvolvendo esse ecossistema de tecnologia e inovação no Brasil, como, por exemplo, garantir impostos adequados para aquisição de máquinas e bens de capital. 

Impressora. As empresas, diz ele, também precisam de segurança jurídica para desenvolver a produção local e trazer novas tecnologias. A partir de 2019, a HP trará para o mercado nacional a impressora 3D para a indústria. Isso tem envolvido longas negociações para zerar o imposto de importação e tornar o produto competitivo no mercado local. 

“Temos de pensar que esse equipamento será vendido para a indústria nacional, que precisa competir globalmente. Portanto, o preço não pode ser muito diferente daquele praticado lá fora”, diz Raupp. 

Transição. Na opinião dos executivos, esse momento de transição tem de ser aproveitado para acelerar as iniciativas pró-indústria 4.0. Mas o assunto tem sido pouco explorado pelos candidatos à presidência, afirmam os executivos, que veem o momento como ideal para novas iniciativas. “Hoje há uma ociosidade muito grande no setor. Então a lógica é aproveitar isso e adotar a automatização nas máquinas já existentes”, afirma o presidente da Siemens, André Clark. Ele explica que, com os juros baixos, volta a fazer sentido investir no setor produtivo. No caso de tecnologia, o benefício é que o retorno é de curto prazo.

“Mas, claro, precisamos resolver algumas questões macroeconômicas importantes e ter um cenário político mais claro para que as empresas consigam voltar a investir com segurança.” Ele também defende que o novo governo tenha um olhar especial sobre a questão da educação e a formação técnica – importante para o setor industrial. “Não podemos ficar de fora dessa revolução”, diz Holland.

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  • indústria
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