Facebook abre inscrições para programa de aceleração de startups

Em parceria com a Artemísia, empresa vai selecionar até 10 projetos de negócios com impacto social; programa tem duração de seis meses e será sediado no Estação Hack, em SP

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Por Bruno Capelas
Atualização:
Eduardo Lopes, coordenador do Estação Hack: 'Acreditamos que, por meio do empreendedorismo, podemos gerar soluções que atendam a base da pirâmide social' Foto: Facebook

O Facebook abre nesta segunda-feira, 2, as inscrições para o primeiro programa de aceleração de startups do Estação Hack, centro de inovação que a empresa pretende inaugurar em São Paulo até o final do ano. Com duração de seis meses, o programa será feito em parceria com a organização sem fins lucrativos Artemísia e selecionará dez empresas inovadoras brasileiras com negócios na área de impacto social. 

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“Acreditamos que, por meio do empreendedorismo, podemos gerar soluções que atendam a base da pirâmide social”, diz Eduardo Lopes, coordenador do Estação Hack, em entrevista ao Estado. Além de terem um negócio social, as startups que desejarem participar do programa tem que fazer uso intenso de dados em suas soluções e o potencial de “gerar transformações positivas à sociedade em larga escala”. 

As empresas precisarão ainda ter protótipos em fase de testes no mercado ou produtos já lançados nas áreas de emprego, educação, segurança de dados, serviços financeiras, microempreendedorismo e engajamento cívico. 

As inscrições vão até o dia 29 de outubro e podem ser feitas pelo site da Artemísia. A meta do Facebook é anunciar as dez empresas escolhidas em dezembro –já o programa em si deve ser realizado entre janeiro e junho. “No primeiro semestre do ano que vem, queremos realizar a seleção para a segunda turma”, planeja o executivo do Facebook. 

De acordo com o Facebook, não haverá investimento financeiro ou contrapartida na participação acionária das empresas por conta da participação no programa. “O investimento vem na forma das mentorias, dos contatos, do conteúdo e da infraestrutura que o Facebook e a Artemísia vão proporcionar às empresas”, diz Lopes. 

“Buscamos startups que querem ser lucrativas, mas com soluções que perpassam a realidade da população de menor renda”, avalia Maure Pessanha, diretora executiva da Artemísia. Durante o programa, diz Maure, cada startup terá um sistema de acompanhamento individualizado. “Queremos potencializar o negócio, mas também o aspecto social de cada empresa.” 

Interação. Anunciado pelo Facebook em agosto, o Estação Hack será o primeiro centro de inovação do tipo construído pela empresa no mundo. O espaço vai ocupar um andar de mil metros quadrados em um prédio na Avenida Paulista, junto ao espaço de trabalho compartilhado da WeWork, rede norte-americana de coworking que chegou em julho ao Brasil. A previsão do Facebook é que o espaço seja inaugurado até o final do ano. Quando ficar pronto, o local terá infraestrutura com três salas de aula, com 40 lugares cada. 

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Entre os treinamentos disponíveis estarão cursos de desenvolvimento de aplicativos, em parceria com escolas de programação, como MadCode e Mastertech; workshops de planejamento de carreira e um acampamento de inovação para adolescentes, conduzidos pela Junior Achievement; cursos de administração de empresas, ministrados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP); e cursos presenciais do próprio Facebook sobre marketing digital. Ao todo, 7,4 mil bolsas de estudo serão oferecidas pela empresa no local nos próximos meses. 

A ideia do Facebook é que as startups selecionadas no programa possam não só aproveitar o conteúdo oferecido pela Artemísia, mas também a integração com os visitantes do Estação Hack. “Sabemos que muitas startups têm problemas para preencher posições, mas estaremos num espaço em que estaremos formando pessoas para entrar nesse mercado”, diz Lopes, do Facebook. “Ter as startups de um lado e profissionais jovens, que buscam carreiras com sentido e impacto, do outro é uma ótima combinação.”

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