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FGV-RJ lança curso de graduação em Ciência de Dados

Com primeira turma prevista para 2020, meta é formar profissional requisitado pelo mercado; vestibular acontece no fim do ano e mensalidade é de R$ 3 mil

Por Bruno Capelas
Atualização:

Ser capaz de analisar dados e deles extrair informações pertinentes – para o negócio de uma empresa, uma pesquisa acadêmica ou a formulação de políticas públicas. Essa é uma boa descrição do que faz um cientista de dados, tipo de profissional que está cada vez mais requisitado pelo mercado. Apesar disso, é uma ocupação sem formação específica – até agora. Em 2020, a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) lançará um curso de graduação em Ciência de Dados. 

“É um caminho que já está bastante popular lá fora. Nos EUA, já existem mais de 100 cursos de graduação na área”, diz o coordenador do curso da FGV-RJ, Yuri Saporito. O primeiro vestibular já tem inscrições abertas e a mensalidade, diz o professor, será de R$ 3 mil. “Queremos fornecer ao mercado o profissional que está sendo buscado. Hoje, o cientista de dados é um matemático que precisa aprender computação, ou um cientista da computação que precisa aprofundar métodos estatísticos”, explica Saporito.

Yuri Saporito, professor da FGV-RJ e coordenador do curso de Ciência de Dados Foto: FGV-RJ

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Essas duas áreas – a computação e a estatística – são dois dos três pilares da graduação, que tem duração prevista de quatro anos. “São áreas correlatas à Ciência de Dados. O terceiro pilar é a própria ciência, com disciplinas como Análise Exploratória de Dados e Visualização, na qual o aluno vai não só discutir como analisar os dados, mas também seu design”, afirma Saporito. 

Temas espinhosos, mas importantes para o uso de dados, como privacidade, segurança da informação e ética, também estarão presentes na grade disciplinar. “No último semestre, o aluno terá de passar pela disciplina de Ética na Manipulação dos Dados”, explica Saporito. “A ideia é que o estudante tenha experiência primeiro, para que a discussão não fique etérea. Queremos formar profissionais que entendam questões como anonimização e privacidade.” 

O curso da FGV-RJ está em elaboração desde 2017, mas só foi aprovado pelo Ministério da Educação (MEC) este ano. Por pouco, não se tornou o primeiro curso de graduação em Ciência de Dados do País – a honraria pertence ao Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). Além disso, já há diversos cursos de pós-graduação e MBA especializados na área. Para os interessados, a FGV-RJ avisa ainda que há bolsas de estudo para os dois primeiros colocados no vestibular e o primeiro do ENEM, além de bolsas sociais. 

Segundo Saporito, a expectativa é de receber não só quem está na primeira graduação, mas também profissionais em busca de um novo perfil. “É um curso que pode se encaixar muito nas expectativas de algumas pessoas, que queriam ter feito algo assim há alguns anos, mas não podiam porque não havia nada nessa área”, avalia o coordenador. 

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