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Hórus Aeronaves tem fábrica de drones no meio de Florianópolis

Startup foi criada em 2014 por três ex-alunos da Universidade Federal de Santa Catarina; hoje, empresa faz drones que custam pelo menos R$ 60 mil e realiza mapeamento para agricultores

Por Bruno Capelas
Atualização:

No lugar de computadores, teclados e paredes cheias de post-its coloridos, tem fita adesiva, chave de fenda e muita paciência. É em uma sala de 40 metros quadrados, no quinto andar de um dos prédios do Parque Tec Alfa, que são feitos os drones da Hórus Aeronaves, uma das principais startups da segunda geração de Florianópolis. Dali, a linha de produção comandada por um senhor de cabelos brancos, o gerente de produtos Pedro Aruto, fabrica aeronaves autônomas, cujo preço varia entre R$ 60 mil e R$ 150 mil.

Fabricar e vender drones para agricultura foi a razão para a criação da startup, em 2014, pelo engenheiro mecânico Fabrício Hertz e seus dois sócios, ex-alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, a empresa não só fabrica os dispositivos como também os usa para mapear plantações.

Preço. Drone da Hórus, de Fabrício Hertz, sai por pelo menos R$ 60 mil Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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“Os agricultores não queriam ter de aprender como pilotar um drone”, diz Hertz. “Nossa solução foi não só fazer o mapa, mas também explicar o que ele significa.” Mapear um hectare plantado varia entre R$ 8 e R$ 12, dependendo do tamanho da safra, do tipo de cultivo e da quantidade de voos – eles são realizados por uma rede de operadores cadastrados em todo o País. Em um único voo, um drone da empresa pode rastrear até 5 mil hectares. 

A estratégia deu certo e fez a empresa se tornar lucrativa, além de ajudá-la a atrair investidores – segundo Hertz, muitos torceram o nariz para uma empresa cuja receita era baseada na venda de um produto. “Fazer software nos ajudou a ter receitas recorrentes, o que é importante para crescer”, explica. Hoje, a Hórus emprega 30 pessoas, divididas entre a matriz em Floripa e uma filial em Piracicaba, onde floresce um ecossistema de startups voltadas ao agronegócio.

“É importante ficar perto do mercado”, diz o empreendedor – hoje, são 500 clientes, com destaque para nomes como Monsanto. A proximidade com São Paulo também fez valer à empresa um aporte de R$ 3 milhões da SP Ventures, fundo estadual de incentivo à inovação, que costuma apostar em startups próximas ao agronegócio. Para breve, a Hórus planeja prospectar uma nova rodada de investimentos, com a ambição de se tornar global, voando pra longe do céu azul de Floripa. 

*O repórter viajou a Florianópolis (SC) a convite da Associação Catarinense de Tecnologia

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