IBM e Nestlé querem usar blockchain para evitar comida estragada

Projeto também tem participação do Walmart e da Unilever; empresas apostam no potencial do blockchain para identificar problemas em cadeia de rastros

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Por Agências
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  Foto: Getty Images

Empresas como Nestlé, Unilever e Tyson Foods se juntaram a um projeto da IBM para explorar como a tecnologia do blockchain, usada pela moeda virtual bitcoin, pode ajudar varejistas a melhorar a segurança na cadeia de suprimentos de comida – e evitar que frutas e verduras, por exemplo, cheguem estragados às prateleiras dos supermercados. O anúncio foi feito em conjunto pelas empresas nesta terça-feira, 22. 

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Inicialmente usado como sistema de confiança da moeda virtual bitcoin, o blockchain é um sistema compartilhado de dados mantido por uma rede de computadores – ele usa uma "rede de confiança" para verificar dados, ao invés de um órgão central, como acontece no sistema financeiro com o Banco Central, por exemplo. Na cadeia de distribuição de alimentos, o blockchain poderá ser usado para rastrear milhares de pequenas operações na produção e distribuição da comida – ajudando a identificar a fonte de contaminação de um lote de produtos, por exemplo. 

A rede varejista Walmart também está participando dos testes, e trabalhou com a IBM desde outubro para rastrear o movimento dos produtos alimentícios. "Não é só sobre criar a tecnologia, mas também sobre construir um ecossistema", disse Brigid McDermott, vice-presidente de negócios de blockchain da IBM. 

Em junho, o Walmart disse que testes feitos com a tecnologia ajudaram a empresa a reduzir o tempo de rastreamento de um carregamento de mangas, podendo perceber antes se a carga estava estragada. Hoje, problemas com a qualidade dos alimentos custam dezenas de milhares de dólares ao Walmart mensalmente. 

Para céticos, ainda vai levar tempo para que a tecnologia possa ser usada na prática. Para as empresas, no entanto, o importante é focar no desenvolvimento. "Não dá para acreditar que isso é uma grande coisa com testes de dois dias e poucos fornecedores. A chave é envolver a indústria, compartilhar dados e descobrir que a segurança alimentar não vai ser um problema de concorrência no futuro", disse Howard Popoola, chefe de segurança da Kroger, uma das empresas participantes dos testes. 

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