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Investimento leva 'unicórnios' latinos à expansão internacional

Os investimentos de venture capital quadruplicaram na região nos últimos dois anos

08/08/2019 | 15h22

  •      

 Por Agências - Reuters

 

Leia mais

  • SoftBank lidera aporte de R$ 70 mi na startup brasileira Volanty
  • SoftBank comprou participação de 8,1% no Banco Inter em oferta
  • Antes de fechar aporte no Inter, SoftBank negociou com Nubank

O crescente investimento de fundos de venture capital em startups latino-americanas está financiando a expansão internacional dessas empresas na região e até para a Europa e Estados Unidos. Modelos de negócio que não exigem muitos ativos estão ajudando as startups a expandirem fora dos países de origem.

Os investimentos de venture capital quadruplicaram na região nos últimos dois anos, para um recorde de US$ 2 bilhões no ano passado, segundo dados da Associação de Capital Privado na América Latina (Lavca), um total já alcançado nos primeiros 7 meses de 2019, segundo dados de mercado.

David Vélez, fundador do Nubank

Tiago Queiroz/Estadão

David Vélez, fundador do Nubank

Analistas afirmam que o volume levantado nas rodadas de investimento neste ano poderá novamente dobrar, graças à ousada aposta do grupo japonês SoftBank, que lançou em março um fundo de US$ 5 bilhões para investimento em startups na América Latina — o maior investimento de venture capital da história da região.

Os investimentos do SoftBank neste ano ajudaram a formar uma nova onda de unicórnios, como são conhecidas as startups que alcançam um valor superior a US$ 1 bilhão, com boa parte das expectativas de crescimento focadas no potencial regional.

André Maciel, sócio-diretor do fundo SoftBank na América Latina, vê um grande potencial para as empresas de tecnologia melhorarem a baixa produtividade comum a vários países da região. “Com o avanço da inovação, há uma grande oportunidade para startups locais que tentam reduzir esse gap com tecnologia”, disse Maciel em uma entrevista recente à agência de notícias Reuters na sede do SoftBank em São Paulo.

Investidores globais que não prestavam muita atenção a startups da região passaram a olhar a América Latina de outra maneira no ano passado, depois de duas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) bilionárias de fintechs brasileiras nas bolsas norte-americanas. As listagens atribuíram às processadoras de cartões Stone e o PagSeguro valores próximos a US$ 10 bilhões para cada uma, um marco para o mercado brasileiro de tecnologia.

Os IPOs estimularam novas rodadas de investimento de investidores procurando sinergia nos seus portfólios globais. “Nossas empresas na América Latina, por exemplo, podem aprender e se beneficiar da expertise de empresas asiáticas”, afirmou Maciel.

O SoftBank investiu US$ 1 bilhão na Rappi em abril

Marcos Brindicci/Reuters

O SoftBank investiu US$ 1 bilhão na Rappi em abril

Expansão internacional

As startups latino-americanas que estão surfando uma nova onda de capital também estão ansiosas para entrar em novos mercados e manter altas taxas de crescimento.

Enquanto para os bancos brasileiros a expansão internacional sempre trouxe desafios, as fintechs, como são chamadas as startups financeiras, estão contando com a facilidade de adaptar suas plataformas digitais fora do Brasil.

O Nubank, uma das fintechs brasileiras mais bem-sucedidas, iniciou operações no México e na Argentina, enquanto a fintech de empréstimos Creditas, que levantou US$ 231 milhões numa rodada liderada pelo SoftBank no mês passado, também anunciou planos para expansão no México.

O Rappi, aplicativo de entregas fundado na Colômbia, já mobiliza um exército de entregadores de motos e bicicletas na América Latina, contando com características comuns a capitais na região, como o trânsito difícil e baixo custo da mão de obra. O Rappi já tem operações no México e Argentina e deve usar a maior parte do US$ 1 bilhão levantado com o Softbank para expandir as operações no Brasil.

A startup brasileira Gympass, que vende pacotes flexíveis em academias para que empresas ofereçam como benefício aos funcionários, foi levada ao exterior por clientes multinacionais, que a encorajaram a operar também na Europa e nos Estados Unidos, segundo o executivo Marco Crespo.

A startup, que tornou-se um unicórnio em junho, com uma rodada de investimento de US$ 300 milhões liderada pelo Softbank, opera em 14 países europeus, incluindo o Reino Unido e Alemanha, e várias cidades norte-americanas, atendendo a funcionários de clientes como Unilever e Volkswagen AG.

A maior parte das academias filiadas ao aplicativo está fora do país: 22 mil academias no Brasil e 47 mil no mundo.

Outras empresas estão contando com soluções tecnológicas únicas para atender a preocupações globais, como a questão da privacidade no uso de dados.

A In Loco, uma startup de serviços de localização indoor fundada por estudantes de computação em Pernambuco, está abrindo um escritório em Nova York e vendendo serviços aos clientes nos Estados Unidos. Recentemente, empresa anunciou a captação de US$ 20 milhões para financiar a expansão para os EUA.

Um dos principais argumentos para venda de serviços a bancos, seguradoras e outros aplicativos é que a In Loco analisa os dados de localização sem identificar os clientes, o que reduz preocupação com privacidade.

“Soluções desenvolvidas no Brasil para problemas locais estão encontrando uma demanda global, e o país está se tornando um mercado beta para o mundo”, afirma Scott Sobel, fundador do fundo Valor Capital, investidor na Gympass e In Loco. 

Mesmo investidores menores estão incentivando a expansão internacional das empresas em seu portfólio. Pedro Sirotsky Melzer, fundador da E.bricks Ventures, que já investiu cerca de R$ 300 milhões, diz que a Infracommerce, empresa brasileira que provê soluções que incluem pagamentos e logística para operações de e-commerce no Brasil, já está expandindo as operações para a Argentina.

Veja a história do Nubank em 17 fotos

  •      
Outubro de 2012

Foto: Alex Silva/Estadão

Colombiano radicado nos Estados Unidos, David Vélez se muda para São Paulo com o objetivo de abrir um escritório do renomado fundo de investimento Sequoia Capital no Brasil - isso com apenas "20 slides na bagagem". A empreitada, no entanto, não dá certo e ele pede demissão do fundo.

Março de 2013

Foto: Nubank

Depois de algumas frustrações com bancos, Vélez levanta seed de US$ 2 milhões da Sequoia Capital e Kaszek Ventures para criar em uma nova startup de serviços financeiros no Brasil.

Maio de 2013

Foto: Nubank

Ao lado da executiva Cristina Junqueira, que acumulava experiências no setor financeiro e no Banco Itaú, e do programador norte-americano Edward Wible, Vélez funda a startup de serviços financeiros Nubank. A ideia do trio era oferecer um cartão de crédito gerenciado por um aplicativo no celular, livre de tarifas e anuidades

Abril de 2014

Foto: Nubank

A Sequoia Capital, em parceria com a Kaszek Ventures e com o bilionário empreendedor Nicolas Berggruen, anuncia um aporte de US$ 14,3 milhões no Nubank. Na prática, é o segundo investimento da Sequoia na startup, posto que em 2013, de forma discreta, o fundo fez um investimento seed de cerca de US$ 1 milhão para Vélez começar a operação do Nubank. Também em abril é registrada a primeira transação com um cartão Nubank.

Setembro de 2014

Foto: Nubank

O Nubank lança seu cartão de crédito para o público, reforçando sua identidade de um serviço financeiro livre de tarifas e anuidade, gerenciado por um aplicativo no celular.

Junho de 2015

Foto: Alex SIlva/Estadão

A startup recebe um aporte de R$ 90 milhões liderado pelo fundo Tiger Global Management com a participação de outros fundos já investidores, como Sequoia Capital, Kaszek Ventures e QED Investors. O Nubank já acumulava 200 mil pedidos do cartão e registra clientes em todos os 26 estados e no Distrito Federal. A empresa ainda atingiu 750 mil compras em 74 países ao redor do mundo.

Janeiro de 2016

Foto: Alex Silva/Estadão

Numa rodada liderada pelo Founders Fund, fundo de investimento do bilionário do Vale do Silício Peter Thiel - que cofundou o PayPal e foi um dos primeiros investidores do Facebook - o Nubank recebe US$ 52 milhões em investimentos. 

Dezembro de 2016

Foto: Vtao Nakayama/Nubank

O fundo DST Global, do bilionário russo Yuri Milner, lidera nova rodada de investimentos para a startup, que recebe um novo aporte de US$ 80 milhões. É o primeiro investimento na América Latina feito pelo russo, que ficou conhecido por colocar dinheiro em empresas como Alibaba, Twitter e Spotify.

Outubro de 2017

Foto: Nubank

Atendendo a pedidos dos usuários, o Nubank anuncia um serviço de conta-corrente digital: a NuConta. Segundo o fundador David Vélez, a ideia é fornecer a mesma agilidade do serviço do cartão de crédito oferecido pela empresa e desburocratizar o processo de abertura de conta bancária. A conta-corrente digital, porém, não conta com cartão de débito vinculado e ainda está em fase de testes – seu lançamento para o mercado deve acontecer em breve. 

Dezembro de 2017

Foto: Nubank

O Nubank anuncia a abertura de seu primeiro escritório internacional em Berlim, na Alemanha. A sede é voltada para a área de engenharia da startup, e liderada por Gavin Bell, ex-engenheiro da plataforma online de publicação de áudios SoundCloud

Janeiro de 2018

Foto: Alex Silva/Estadão

Depois de uma espera de quase dois anos, o Nubank recebeu autorização do Banco Central para operar como instituição financeira. Isso permite que a empresa não dependa de bancos parceiros para captar recursos e oferecer crédito. Até então, a fintech havia emitido mais de 3 milhões de cartões de crédito no País. 

Fevereiro de 2018

Foto: Nubank

O Nubank torna-se a terceira startup brasileira a obter um valor de mercado de US$ 1 bilhão. Os outros dois “unicórnios” são o aplicativo de transporte 99, que chegou ao montante após ser comprada pela chinesa Didi Chuxing, e a plataforma PagSeguro, que atingiu o valor após sua oferta inicial na bolsa de Nasdaq, nos Estados Unidos.

Outubro de 2018

Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Foi a vez da gigante chinesa Tencent, dona de serviços como WeChat e WePay, populares na Ásia, investir no Nubank. A startup recebeu uma rodada de US$ 180 milhões em aportes, o que fez o Nubank ser cotado em US$ 4 bilhões. A Tencent também adquiriu participação minoritária na brasileira.

Dezembro de 2018

Foto: Bruno Capelas/Estadão

A empresa deu mais um passo rumo a tornar-se um banco tradicional e anunciou um cartão de débito e saques em caixas eletrônicos. Os clientes tiveram acesso aos novos serviços no primeiro semestre de 2019. 

Junho de 2019

Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O Brasil ficou pequeno para o Nubank: a empresa anunciou a inauguração de escritórios no México e na Argentina. O objetivo do Nubank foi atingir um público de 52 milhões de pessoas sem acesso ao sistema bancário nos dois países.

Julho de 2019

Foto: Hélvio Romero/Estadão

No início do mês, empresa chegou a 10 milhões de clientes, incluindo contas digitais e cartões de crédito, e encerrou a lista de espera para a liberação de seus serviços. O Nubank também anunciou sua entrada no setor corporativo, com um projeto piloto para oferecer conta corrente para pequenas empresas, focada em profissionais autônomos e microempreendedores individuais.

Julho de 2019

Foto: Helvio Romero/Estadão

O Nubank encerrou o mês em alto estilo: tornou-se a primeira startup brasileira avaliada em cerca de US$ 10 bilhões. A empresa recebeu uma rodada de investimento de US$ 400 milhões, liderada pelo TCV, que já investiu em nomes como Facebook e Netflix.

 

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