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Loft anuncia aquisição da CrediHome para ser a ‘queridinha’ dos bancos

Startup de compra e venda de imóveis avança no setor de serviços financeiros; CrediHome apresenta um ‘cardápio’ de alternativas de crédito imobiliário e redireciona o cliente para bancos

Foto do author Guilherme Guerra
Por Guilherme Guerra
Atualização:

A Loft, especializada em compra e venda de imóveis, anuncia nesta terça-feira, 24, a compra da startup de crédito imobiliário CrediHome, avançando na estratégia de facilitar a obtenção de serviços financeiros para os clientes da empresa, após a obtenção da CredPago, em julho passado, e da InvestMais, em setembro de 2020.

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Com a aquisição, cujo valor não foi revelado, a Loft espera se tornar a “queridinha” dos grandes bancos — a CrediHome é o meio de campo entre pessoas interessadas em comprar imóveis e instituições financeiras ao oferecer um cardápio de alternativas de crédito, usando tecnologia para agilizar o processo. É como se a startup levasse o cliente à entrada do banco, já com a papelada resolvida e pronto para assinar o empréstimo.

“A Loft e a CrediHome concorriam no mercado ao simplificar processos e dar aos bancos acesso a mais clientes, então a aquisição foi um processo muito natural”, explica ao Estadão um dos fundadores e atual vice-presidente de negócios da Loft, Kristian Huber. 

Juntas, as duas startups somaram cerca de R$ 600 milhões em geração de crédito de apartamentos secundários nos últimos 30 dias. A CrediHome, fundada em 2017, originou R$ 2 bilhões desde o início deste ano em mais de 5 mil transações e trará alcance nacional à Loft, cujos imóveis estão restritos às capitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – a empresa, porém, diz que não há previsão de expansão no momento. 

“Estamos felizes por usar a tecnologia para mudar o mercado imobiliário, ter capital para continuar investindo e obter segurança para ganhar escala”, conta o fundador e presidente executivo da CrediHome, Bruno Gama, que foi abordado pela Loft em março deste ano, quando a startup começava a levantar uma rodada de investimento para ganhar tração no mercado. No curto prazo, as operações de ambas companhias seguirão separadas.

Florian Hagenbuch e Mate Pencz são os fundadores da Loft, startup imobiliária avaliada em US$ 2,9 bilhão Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Para especialistas, a compra tem potencial de complementar a jornada de compra do cliente da Loft, que usa a startup imobiliária para encontrar imóveis, resolver burocracias cartoriais e, agora, turbinar as opções de financiamento.

“A Loft ganha uma abordagem mais completa em termos de soluções imobiliárias”, explica o professor de inovação Eduardo Dotta, do Insper, citando que a união amplia o número de transações e fortalece o principal negócio da startup, que é a compra e venda de imóveis. “Essa é uma operação de aquisição bastante relevante, não é algo trivial.”

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Já o coordenador do curso de negócios imobiliários da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alberto Ajzental, destaca o potencial da CrediHome em acelerar a oferta de soluções financeiras, algo que pode emperrar em meses a assinatura de um contrato de empréstimo, que poderia chegar a 90 dias.

“Antigamente, quem comprava imóvel tinha que gastar muita sola de sapato. Hoje, posso fazer a maior parte dos serviços de casa, e escolher o produto é mais fácil”, observa. “Estrategicamente, é importante que eles facilitem ao máximo a compra e venda de imóveis para o cliente.”

Avaliada em US$ 2,9 bilhões, a Loft, que levantou US$ 525 milhões em abril, surfa no bom momento das “proptechs”, as empresas de tecnologia do ramo imobiliário.

O rival QuintoAndar (conhecido pela plataforma de locação, venda e compra de imóveis) fechou na semana passada uma rodada de US$ 420 milhões e, neste mesmo mês, anunciou a compra da Atta, startup especializada em crédito imobiliário — e, de certa forma, rival da CrediHome.

Em julho, outra startup do ramo, a carioca EmCasa, levantou R$ 110 milhões para turbinar um modelo de negócio que inclui algoritmos e formação de corretores de imóveis.

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