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Loft vai operar novo fundo imobiliário de R$ 360 milhões na Bolsa

Empresa captou R$ 200 milhões em oferta privada capitaneada por XP e Itaú BBA, enquanto o restante será de investimentos próprios; recursos serão investidos em imóveis no Rio e São Paulo pelos próximos três anos

Por Bruno Capelas
Atualização:

A startup de compra, reforma e venda de imóveis residenciais Loft começa a operar hoje na B3 um novo fundo imobiliário. Negociado sob a sigla LFTT11, o fundo terá um total levantado de R$ 360 milhões – sendo R$ 100 milhões já investidos pela empresa e outros R$ 200 milhões captados numa oferta restrita coordenada pela XP Investimentos e pelo Itaú BBA. Os outros R$ 60 milhões serão investidos pela Loft nos próximos meses. Ao todo, os recursos serão destinados para compra de imóveis nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro pelos próximos três anos. 

“Calculamos que os recursos sejam suficientes para realizarmos cerca de 2 mil transações de imóveis”, afirma Mate Pencz, presidente executivo da Loft, com exclusividade ao Estadão. O valor considera o ciclo de negócios da empresa, que compra imóveis usados, reforma e os revende em sua plataforma própria – o valor das vendas é reaplicado na compra de novos apartamentos, fazendo a roda girar. “Estimamos que será possível fazer de 10 a 12 ciclos dentro desses três anos”, diz o húngaro Pencz, que viu sua empresa se tornar um unicórnio (startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão) no início de 2020. 

Mate Pencz é presidente executivo da Loft Foto: Werther Santana/Estadão

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O novo fundo se soma a outro já captado pela empresa no final de 2019, junto à Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), no valor de R$ 270 milhões. Ao todo, a Loft dispõe de mais de R$ 600 milhões. 

Hoje, a empresa atua apenas nas duas capitais, com imóveis que variam de 25 m² a até 300 m². “Estamos já em todos os bairros de São Paulo e 14 bairros do Rio de Janeiro, mas vamos ampliar essa presença em breve”, afirma o executivo. Segundo ele, os planos de expansão para novas praças foram pausados por conta do coronavírus. “Continuamos estudando outras cidades, mas nossa chegada a novos locais vai depender bastante de como for a retomada das atividades.” 

De acordo com o executivo, uma expansão provável para os próximos meses será em áreas adjacentes às duas cidades – como na Região Metropolitana de São Paulo e em Niterói, respectivamente. Segundo ele, há uma demanda por espaços com maior metragem depois do início da pandemia. “As pessoas estão buscando mais ar livre, em bairros com preço por metro mais barato. Mas elas ainda querem ficar em regiões mais ou menos centrais, perto de serviços e de lojas, da vida que estão acostumadas”, afirma. 

Durante a entrevista ao Estadão, Pencz se mostrou confiante com a retomada do mercado imobiliário – segundo ele, a queda na taxa de juros básica, a Selic, pode ajudar o setor. Além disso, o isolamento social levou a avanços em trâmites burocráticos para venda de imóveis, digitalizando os processos. De acordo com o executivo, 10% das transações da Loft realizadas em junho serão totalmente feitas pela internet, com assinatura de contrato e matrícula online. “Antigamente, havia essa resistência com o digital, mas hoje as pessoas estão até priorizando isso”, diz. 

Desde o início da pandemia, a Loft também seguiu contratando e investindo em tecnologia – de acordo com Pencz, mais de 100 funcionários já foram contratados. Hoje, a empresa está na casa de 650 pessoas. Ele evitou, no entanto, precisar o número de funcionários que pode ter no final de 2020. “É difícil precisar porque estamos automatizando muitos processos e criando novas frentes de negócio, tanto em produtos financeiros como na área de reformas de cômodos ou casas inteiras”, afirma.

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