Loggi lança programa piloto para melhorar entregas em Paraisópolis

Empresa desenvolveu estratégia ao lado do G10 das Favelas para melhorar logística dentro da comunidade na zona sul de São Paulo; encomendas serão entregues na ‘última milha’ por transportadora parceira

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Por Bruno Capelas
Atualização:

A startup de logística brasileira Loggi anuncia nesta quinta-feira, 3, que começou um programa piloto para melhorar suas entregas na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. O projeto, iniciado há dois meses, faz parte da plataforma Leve – um sistema em que a empresa se alia a transportadoras parceiras para otimizar o desempenho em uma região. Nos últimos meses, o Leve foi utilizado em cidades do interior e bairros específicos em grandes cidades, com quase 300 parcerias, mas esta é a primeira vez que o programa é levado para uma comunidade. 

A adaptação vai muito além da troca de endereços: para rodar o piloto em Paraisópolis, a Loggi também se aliou à organização G10 das Favelas, um grupo de líderes e empreendedores sociais de diversas comunidades periféricas de São Paulo. “Nós entramos com tecnologia e logística, o G10 ajudou a construir o modelo e conectar com a comunidade, enquanto o parceiro vai cuidar da distribuição dos pacotes dentro de Paraisópolis”, explica Thais Santana, gerente de estratégia da Loggi. 

O trabalhodesenvolvido em Paraisópolis é um ponto de partida para que a Loggi consiga fazer programas parecidos em outras comunidades Foto: Willian Moreira/Futura Press

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Em termos práticos, o parceiro local será responsável por fazer a entrega de “última milha” – jargão do setor de logística para explicar a parte final de uma entrega, normalmente entre um centro de distribuição local e o destino final. “Quem vem de fora não conhece as particularidades que existem dentro da comunidade. Tem lugar que não entra moto ou carro, tem vielas, tem endereços que não existem nos mapas públicos, é algo que só com mapeamento próprio funciona”, diz Daniel Cavaretti, cofundador do G10 das Favelas. 

Segundo Thais, da Loggi, o trabalho desenvolvido em Paraisópolis é um ponto de partida para que a empresa consiga fazer programas parecidos em outras comunidades, mas o modelo não está fechado. “Cada local tem suas particularidades. A gente sabe fazer logística há um tempo, mas não dá para acreditar que sabe tudo, então cada local gera uma troca de informações”, diz a executiva, que não tem previsão para início de atividades em outros lugares. 

A empresa ainda não revela números sobre a operação, mas percebe um crescimento grande no volume de pedidos para entregas na comunidade. Segundo Cavaretti, cerca de 70 empresas diferentes enviaram pacotes para Paraisópolis nos últimos meses. O foco inicial do piloto está no recebimento de encomendas, mas já há planos para expandir para envios de remessas – o que, na visão do executivo da G10 das Favelas, ajudaria o empreendedorismo local a ir além da região. Para ele, o trabalho desenvolvido em Paraisópolis traz um “ponto de partida avançado” para que o projeto seja adotado em outros locais.

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