‘Não invisto em quem quer ser o próximo Uber'
O mexicano Oscar Salazar ajudou a desenvolver a primeira versão do app de caronas e hoje atua como investidor anjo, em busca de empresas originais
28/03/2016 | 07h00
Por Claudia Tozetto - O Estado de S. Paulo

O mexicano Oscar Salazar é um dos que melhor conhecem o Uber por dentro. O engenheiro desenvolveu junto com Garrett Camp a primeira versão do aplicativo. Logo após a empresa se lançar em San Francisco, nos EUA, ele saiu. “Não sou do tipo que fica para sempre numa única empresa”, disse Salazar, em entrevista ao Estado. “Sempre vou para o próximo projeto.”
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Desde 2009, ele já ajudou a fundar outras startups, como o aplicativo de compartilhamento de caronas Ride. Além disso, atua como investidor anjo. Sua última aposta, a empresa de transporte de cargas CargoX, acaba de chegar ao Brasil. Nesta entrevista, ele fala sobre a onda de novas empresas que tentam replicar o sucesso do aplicativo de carona paga. “Não invisto em quem quer ser o próximo Uber”, diz Salazar.
Estadão: Você acredita que o modelo de negócio do Uber pode ser replicado em outros segmentos?
Oscar Salazar: Eu acredito que o modelo sob demanda pode funcionar para algumas áreas, embora não seja aplicável a todas.
Quais são os segmentos em que o modelo do Uber pode dar certo?
Qualquer indústria que é fragmentada e que também tem uma alta frequência de solicitações tem potencial. Ou seja, o modelo sob demanda depende de um tipo de serviço que possa ser solicitado várias vezes ao longo do mesmo dia. Acho que um dos segmentos naturais para serviços sob demanda é a área alimentícia, de entrega de refeições ou produtos.
Como você enxerga essa nova onda de empresa que tentam, a todo custo, se tornar o próximo Uber?
Eu geralmente não invisto em companhias que querem ser o Uber “de alguma coisa”. Pela minha experiência, para que uma empresa seja disruptiva, é preciso que as pessoas pensem fora da caixa. Você precisa ser original.
Qual o perfil das empresas em que você procura investir?
Estou em busca de empresas que resolvam problemas reais em grandes mercados e que tenham estratégias que não sejam óbvias. Uma vez que haja um ambiente propício, as empresas que agregam valor vão decolar, seja no Brasil, México ou nos EUA.
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