PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Sócio da Startse. Escreve mensalmente às terças

Opinião|Não podemos ser o tipo de pessoa que só diz 'sim'

Aprender a falar ‘não’ torna o seu sim muito mais poderoso e evidencia o seu comprometimento

Atualização:

O ano de 2022 mal começou e já vejo muita gente esgotada. Quando iniciei a minha carreira, tinha uma tendência doentia de dizer “sim” para tudo. Raramente eu falava “não”. Pensava que isso magoaria as pessoas e me afastaria de potenciais oportunidades. Após ser o “cara do sim” durante anos, fiquei incrivelmente sobrecarregado, sem foco algum.

PUBLICIDADE

O custo oculto do “sim” é altíssimo. Sabe aquelas perguntas do tipo “Você tem 5 minutos? Consegue falar rapidinho? Viu o e-mail que acabou de chegar?”? Em geral, elas são verdadeiras ciladas que consomem o seu tempo e devoram a sua concentração. Sem falar que, na prática, os cinco minutos demoram bem mais, as conversas rápidas se tornam longas e os e-mails que interrompem o seu dia geralmente podem ser lidos depois. Ser capaz de separar as distrações diárias daquilo que realmente importa é fundamental nesse mundo onde tudo é aparentemente superimportante.

Para cada solicitação aceita, por menor que ela seja, uma parte do verdadeiro trabalho é deixado de lado. Warren Buffett afirma: “a diferença entre os indivíduos de sucesso e os de muito sucesso é que os de muito sucesso dizem não para quase tudo”. Steve Jobs também pensava assim. Para ele, foco não significa dizer “sim” ao que você deve fazer. Significa dizer “não” a todos os convites que surgem e lhe afastam das suas responsabilidades.

É preciso dizer 'não' para tornar o 'sim' mais poderoso Foto: Lee Celano/Reuters

Segundo uma reportagem do The New York Times, em média, somos interrompidos a cada 11 minutos. Ou seja, quase 6 vezes por hora. Além disso, uma pesquisa da Universidade da Califórnia mostrou que o nosso cérebro demora 25 minutos para voltar a se concentrar numa tarefa após tê-la parado por algum motivo. Veja quanto tempo leva para “pegarmos no tranco” novamente.

Procure agir com sabedoria rumo aos seus objetivos. E sabedoria não significa aceitar as coisas de primeira. Significa atuar consistentemente no que está à sua frente. Para isso, adquira o hábito de refletir sobre o que lhe pedem. Faça perguntas do tipo “Isso é mais importante do que as minhas atuais atividades? Eu realmente preciso participar desse compromisso? Faz sentido, para mim e para a empresa, parar o que estou fazendo e atender essa solicitação?”. 

Publicidade

Cada “sim” lhe custa tempo e dinheiro. Não queira ser a pessoa boazinha que só ajuda os outros. As suas maiores chances estão no seu próprio trabalho. Aprender a falar “não”, por incrível que pareça, torna o seu “sim” muito mais poderoso e evidencia o seu genuíno comprometimento com as suas prioridades.

Opinião por Maurício Benvenutti
Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.