?Não quero ser criador de um produto chato?; diz presidente da Hoverboard

Prancha de uma roda só criada por engenheiro foi sensação na CES 2016, feira de eletrônicos de Las Vegas (EUA)

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Por Bruno Capelas
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Pouco antes de completar 50 anos, o engenheiro americano Robert Bigler decidiu começar tudo de novo: durante mais de duas décadas ele ficou à frente da fabricante de motores inteligentes para automação industrial Moog, que foi vendida para a Animatics em 2011. Com o dinheiro da venda da empresa e seus conhecimentos, Bigler fundou a Hoverboard Technologies, empresa dedicada ao “sonho de criar um skate elétrico com alto nível de controle e boa tecnologia”.

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Na última CES, feira de eletrônicos que acontece anualmente em Las Vegas, a Hoverboard Technologies se destacou entre as demais com a sua prancha de uma roda só. Chamada simplesmente de Hoverboard, ela tem previsão para chegar ao mercado em julho e está em pré-venda por preços entre US$ 3 mil e US$ 4 mil.

O preço varia conforme a customização dos usuários, que podem adicionar luzes de LED, sensores de som, alto-falantes para música e até mesmo uma entrada USB para carregar seu celular enquanto anda por aí. Com velocidade máxima de 26 km/h, o aparelho pesa pouco mais de 11 kg. A bateria é carregada totalmente após o aparelho ficar ligado na tomada por 45 minutos e dá autonomia de 20 km.

Com cara de inventor “maluco” – há quem diga que ele é um sósia do dr. Emmett Brown, o cientista da trilogia De Volta Para o Futuro –, o engenheiro falou ao Estado sobre sua invenção.

Por que você decidiu criar o seu próprio hoverboard? Adoro motores e adoro esportes radicais como skate e patins. Sempre tive o sonho de criar um skate elétrico com alto nível de controle e boa tecnologia.

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Quantas vezes você viu o filme ‘De Volta Para o Futuro’? Muitas vezes, sem dúvida. Já perdi a conta (risos).

Qual é o impacto da onda nostálgica em torno de ‘De Volta para o Futuro’ para seu produto? De Volta Para o Futuro tem, sem dúvida, uma grande influência em nosso trabalho. As pessoas se identificam com nosso aparelho por causa disso. Mais do que isso, porém, acredito que a ideia de ter novos veículos, novos jeitos de se transportar por aí, por si só, já é bastante divertida. Eu, ao menos, penso nisso desde que era uma criança. E olha que já tenho até cabelos brancos.

É muito difícil aprender a andar no hoverboard? Tentamos criar um produto que traz novas experiências para o usuário a cada vez que ele anda, porque caso contrário ele seria um produto chato. Para mim, a curva de aprendizado é considerável, mas o usuário é recompensado pela mobilidade que ganha. Você pode ir para onde quiser, mas só depois que praticar por volta de duas horas por dia, durante uma semana. Isso vale mesmo para quem já anda de skate há muitos anos.

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Vocês pretendem vender o hoverboard como um produto de entretenimento ou acreditam que ele pode ser uma solução de mobilidade urbana? Sinceramente, não sei. Eu uso ele para me divertir, mas também para fazer pequenos trajetos perto de casa. Há uma enorme possibilidade para nós, porque é divertido andar até o trem e depois só segurar a sua prancha. No entanto, imagino que as pessoas podem comprar dispositivos mais baratos e simples, ao menos hoje, para se locomover, como bicicletas ou patins.

A velocidade máxima dele é de 26 km por hora, certo? Certo! Mas você não vai querer andar nessa velocidade… ele fica muito rápido e é bem difícil controlá-lo, viu? Eu mesmo já tomei muitos tombos a velocidades menores que essa.

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