NotCo lança hambúrguer vegetal NotBurger nos mercados brasileiros

A empresa chilena faz sua estreia no mercado de carnes vegetais com o NotBurger, hambúrguer desenvolvido por algoritmo; embalagem com 200 gramas custará em torno de R$ 18

PUBLICIDADE

Foto do author Bruna Arimathea
Por Bruna Arimathea
Atualização:

A NotCo, startup chilena de alimentos à base de plantas, anunciou nesta quarta-feira, 21, que está lançando nos supermercados seu hambúrguer vegetal, o NotBurger. Já presente no restaurante da empresa em São Paulo, o NotBurger chega às prateleiras brasileiras prometendo sabor e textura de carne em seu produto. 

Seguindo a experiência do WhyNot, primeiro restaurante da empresa no Brasil que serve pratos com o hambúrguer criado pela empresa, a NotCo entra no segmento de carne vegetal e leva para o supermercado a mesma versão de hambúrguer do delivery. Nas prateleiras, a embalagem de 200 gramas sai por volta de R$ 18 reais. 

O NotBurger se junta aos produtosNotMilk, Not IceCream e Not Mayo, na família de alimentos à base de planta da marca Foto: NotCo

PUBLICIDADE

O NotBurger, assim como o NotMilk, Not IceCream e Not Mayo, tem receita gerada por um algoritmo que formula ingredientes em versão vegetal — o Giuseppe — e é composto por uma combinação de ervilha, arroz, chia, cacau e bambu. Segundo Flavia Buchmann, chefe de marketing da NotCo, a entrada da empresa também no setor das carnes à base de planta é um passo a mais no objetivo de abranger todos os segmentos alimentícios.

“Nossa visão é ocupar cada vez mais a despensa. E aí a maneira que a gente faz isso vai mudando de acordo com as circunstâncias. É um caminho natural ter também a carne”, afirma Flavia, em entrevista ao Estadão. “Queríamos lançar o produto o mais rápido possível, ainda mais trabalhando em pandemia, tomando todos os cuidados, para ocupar todos os segmentos onde a gente possa substituir ingredientes de origem animal”. 

A entrada no mercado também reflete o sucesso que a empresa identificou no restaurante, que além de hambúrgueres serve sobremesas e milk shakes. A boa recepção, que fez o estabelecimento vender em uma semana o todo o esperado para o mês de julho — quando o estabelecimento foi inaugurado —, foi um sinal de que era o caminho certo para entrar no mercado com mais um produto.

“O que muda para nós é a realização. O hambúrguer, como primeiro produto em substituição à carne animal, é um primeiro passo. O que está acontecendo é que estamos entrando em um segmento muito importante no Brasil”, explica Flavia.

Preço ainda é questão importante

Publicidade

A produção da carne vegetal tem origem brasileira e estrangeira, com algumas das matérias primas ainda sendo importadas pela empresa — a falta de fornecedores no Brasil não possibilita ter todas as etapas aqui, afirma a empresa. 

Como a NotCo não tem fábricas próprias, o hambúrguer é produzido por parceiros em São Paulo, mas os planos são de rever a cadeia de suprimentos e tornar o produto 100% nacional. “Trabalhamos com parceiros nos países em que a gente atua. E aí, nessa composição de matéria prima, algumas são importadas, porque a gente ainda não tem esses fornecedores no Brasil, mas a maior parte é brasileira mesmo. Estamos falando de uma coisa muito nova dentro da indústria de alimentação, então também tem o trabalho de desenvolvimento de fornecedores locais, pra gente conseguir ter essas matérias primas todas nacionais”, explica Ciro Tourinho, novo presidente da NotCo no Brasil.

Em relação ao preço, Tourinho é alinhado com outras empresas do setor quando diz que ainda é difícil trazer os produtos plant-based com preços mais acessíveis nos supermercados. Segundo ele, além do custo de produção — que inclui ingredientes importados — algumas taxações também impedem que o alimento possa competir diretamente com produtos de origem animal.

Só para vegetarianos? Não é o que diz a marca

PUBLICIDADE

Ainda assim, o setor de produtos vegetais vem crescendo e a adição de mais empresas no segmento pode ajudar a mudar a cadeia de suprimentos, isso é, de produção de matéria prima e outros processos envolvidos na produção dos alimentos plant-based. De acordo com Flávia, o aumento dessas empresas pode provocar uma reação no mercado, para perceber que existe negócio também em outras partes do desenvolvimento de um produto à base de plantas. 

“Estamos focados em fazer essa transição para uma indústria mais favorável ao meio ambiente. Quanto mais empresas melhor, isso já é um reflexo. A porcentagem de pessoas veganas ou vegetarianas por aqui ainda é pequena, mas a quantidade de pessoas que pensam em trocar a alimentação é muito grande. Isso é uma tendência. A chegada de mais empresas traz uma nova discussão sobre o que é alimento”.

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas 

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.