O Boticário lança no mercado fragrância feita com inteligência artificial

Linha Egeo ON foi criada em parceria com a casa perfumista Symrise e o sistema Watson, da IBM; ao combinar ingredientes, robô utilizou fórmulas pouco usuais para a indústria

PUBLICIDADE

Por Bruno Capelas
Atualização:

Se depender das intenções do Grupo Boticário, os brasileiros passarão a andar por aí com um “cheirinho” de tecnologia. Isso porque a empresa começou a vender, nos últimos dias, uma nova linha de fragrâncias criadas com ajuda de inteligência artificial. Voltada para o público millenial, a linha Egeo ON nasceu a partir de uma parceria da empresa brasileira com a casa perfumista Symrise e a IBM, que colocou seu sistema Phylira à disposição da criação de novos perfumes. 

“Ensinamos o computador o processo de criação de uma fragrância e inserimos dados sobre as mais de 3 mil matérias primas que usamos nos perfumes”, contou Jean Bueno, gerente de perfumaria da empresa, ao Estado em novembro de 2018, quando a parceria foi anunciada. A inteligência artificial também recebeu informações sobre vendas e recepção do público nos últimos anos – afinal, a ideia era criar a fórmula perfeita. 

Linha Egeo, já à venda, é resultado de parceria entre perfumista humano e sistema da IBM, o Phylira Foto: O Boticário

PUBLICIDADE

Nas primeiras versões, as fragrâncias incluíam combinações pouco usuais – como jasmim, normalmente usado em perfumes femininos, em um produto unissex. Na combinação final, ingredientes como pepino e leite condensado foram misturados a frutas, flores, especiarias e madeiras. As duas fragrâncias estão presentes nas linhas Egeo On You (“mais quente”, segundo a marca) e Egeo on Me (“mais fria”), já disponíveis em produtos como colônia, gel pós-barba e hidratante corporal. 

A empresa também viu vantagens no tempo de criação dos produtos: foram cinco meses de trabalho – normalmente, uma fragrância leva pouco mais de um ano para ser totalmente desenvolvida. Mas o próprio especialista reconheceu a diferença: “98% do trabalho foi da máquina, mas os 2% do perfumista foram fundamentais. É a sensibilidade dele que dá o toque final”, disse o executivo d’O Boticário. Por enquanto, os empregos humanos respiram aliviados – e sem cheirinho de queimado vindo por aí. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.