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O brasileiro que transformou o visual do Uber

Roger Oddone foi um dos responsáveis pela nova identidade visual do aplicativo de carona paga, anunciada no início de fevereiro

Por Claudia Tozzeto
Atualização:

Divulgação

 Foto: Estadão

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Em fevereiro deste ano, o designer gráfico paulista Roger Oddone, de 37 anos, terminou um projeto ao qual se dedicou pelos últimos dois anos. Ele foi um dos responsáveis por repensar a identidade visual do aplicativo de carona paga Uber que, desde que foi fundado por Garrett Camp e Travis Kalanick em 2009, passou de uma empresa de transporte de luxo da cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, para uma companhia global de serviços de transporte. Atualmente, a empresa, que tem como missão conectar passageiros e motoristas, alcançou valor de mercado estimado em US$ 62,2 bilhões.

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“Quando o Uber começou, era um serviço de nicho, mas sua oferta mudou muito nos últimos anos”, explicou Oddone, em entrevista ao Estado. “O objetivo da mudança era encontrar uma identidade visual que refletisse o momento que a empresa está vivendo agora.”

Formado em design gráfico pelo Centro Universitário Bellas Artes e com MBA nas Faculdades Integradas Rio Branco, o brasileiro se juntou à equipe do Uber em março de 2014, depois que recebeu um convite para uma conversa na sede da empresa norte-americana. “Eu já usava o serviço e ter a oportunidade de trabalhar em uma empresa que você gosta é muito interessante”, diz o designer.

Aventura. Não seria a primeira aventura de Oddone numa empresa de tecnologia, nem no Vale do Silício. Em 2011, após divulgar seu trabalho por meio da rede social para designers Behance, ele apareceu no radar da equipe do Google. A empresa o convidou a deixar seu estúdio próprio, em São Paulo, para se juntar ao time global de design da empresa, em Mountain View, na Califórnia.

A passagem de três anos pela companhia trouxe grande bagagem para Oddone. Por lá, o designer gráfico participou da concepção de mudanças profundas no visual dos serviços da empresa na web. Quando Larry Page assumiu a posição de CEO do Google em 2011, decidiu unificar o design de todas as páginas da empresa na web, a partir de testes com usuários. A missão era tornar os serviços mais bonitos e fáceis de usar.

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Além disso, o designer gráfico também participou da concepção do Material Design, nome dado pelo Google ao conceito anunciado na metade de 2014 para unificar o visual dos sistemas operacionais Android e ChromeOS. Cores fortes, elementos que reagem de maneiras diferentes ao serem tocados e novas transições fizeram parte do conjunto de mudanças.

Átomos e bits. Segundo Oddone, a equipe de design do Uber tinha dois problemas para resolver quando o projeto começou, em 2014. Além de atualizar a identidade visual para a evolução da empresa, havia uma preocupação em resolver detalhes técnicos que prejudicavam o logotipo da empresa. “As letras do logotipo eram finas demais, dava para estacionar um carro entre elas”, brinca Oddone. “Isso tornava o logotipo ilegível quando ele era usado em tamanhos muito pequenos.”

Além disso, a equipe de design também precisava mudar a cara do aplicativo – isto é, do ícone para o qual as pessoas olham todos os dias quando procuram pelo Uber na tela do smartphone. Até então, o destaque da imagem era a letra U. Contudo, conforme o serviço chegou a países como China e Japão, o ícone perdeu o sentido. “Por lá, ele não significava nada. Precisávamos de uma figura abstrata que fosse entendida em qualquer lugar.”

Oddone e equipe decidiram juntar o átomo, menor unidade de matéria, com o bit, menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida. Eles representariam a natureza do Uber: uma empresa que oferece um serviço que começa online (por meio do aplicativo), mas termina offline (com o transporte do passageiro até seu destino). “A forma circular é uma menção ao mundo dos átomos, enquanto o quadrado no centro é uma menção ao bit”, explica o designer.

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A empresa também incorporou em seu site cores e padrões que representassem os países em que atua. No Brasil, por exemplo, eles usaram ondas que representam os jardins do Parque Burle Marx, no Rio de Janeiro, além da cor azul. Há diferentes cores e padrões para outros países, como Índia e México.

Com a nova identidade visual, Oddone acredita que a empresa estará preparada para as mudanças pela qual o Uber passará nos próximos anos. “Usamos elementos e cores, como o preto e o branco, que não são datados”, diz o brasileiro. “Os elementos são abstratos e foram organizados de maneira a unir o lado da tecnologia e o lado humano.”

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