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Investidora e presidente da G2 Capital, uma boutique de investimento em startups. Escreve mensalmente às terças

Opinião|O triunfo das startups de alimentação

Começam a crescer startups que facilitam a “última milha” de entrega de alimentação rápida

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Atualização:

Não importa quão rápido o e-commerce cresça: para muitos, a forma mais prática de fazer um lanchinho à tarde ainda é achar um quiosque de snacks para matar a fome. Se essa conveniência estiver dentro do escritório, se o alimento for saudável e acessível, melhor ainda.

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Justamente de olho nesse filão – e no desejo dos consumidores por melhor aproveitamento, preparo e cultivo consciente dos alimentos – começam a crescer startups que facilitam a “última milha” de entrega de alimentação rápida. São startups de petiscos, bebidas e alimentos frescos que vêm conquistando espaço como fornecedoras em escritórios de Facebook, Netflix, Uber, entre outros. 

Byte, Joyride e Snacknation são exemplos. A Snacknation diz ter crescido mais de 9.000% entre 2014 e 2017, captando mais de US$ 23 milhões e engordando sua equipe de inteligência para entender o que quer o consumidor – marcas e produtos favoritos e a melhor forma de atendê-lo. 

Algumas iniciativas têm ajudado tais startups a triunfarem. A gigante imobiliária dos escritórios compartilhados (coworkings) WeWork as apoia em duas frentes: criou um marketplace dedicado à distribuição dos produtos em suas instalações e prevê abrir até o fim do ano nos EUA o inovador FoodLabs. O marketplace, batizado de WeMRKT, é testado desde 2018 e comercializa produtos de consumo de 10 startups. A previsão é de expansão do WeMRKT a 500 de seus coworkings no mundo em breve, tal a demanda existente.

Já o WeWork FoodLabs mira incentivar projetos inovadores desde produtos de consumo a tecnologias agrícolas, softwares de distribuição, robóticas e mais. A iniciativa busca aproximar diversas pontas da cadeia produtiva capazes de endereçar alguns dos problemas crescentes globais, que envolvem desde questões como produções e técnicas de cultivo mais sustentáveis a métodos para reduzir emissões de gases na atmosfera e até prevenir desperdício de alimentos. 

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Conectado ao FoodLabs, também está o programa de aceleração da WeWork, que vai alocar cerca de US$ 1 milhão para apoiar as tais empresas, além de conectá-las a fundos de capital de risco, educadores, especialistas da indústria para criar um ecossistema virtuoso de apoio ao futuro dos alimentos. 

Olhando tais movimentações e a demanda do mercado, é inegável o tamanho das oportunidades. Estima-se que precisaremos de 60% mais comida do que produzimos hoje para alimentar as 9 bilhões de pessoas estimadas para 2050, segundo o Rabobank. Seja na logística de distribuição, na percepção do que quer o consumidor, ou em como produzir mais e melhor, as startups de alimentação têm uma chance única de crescer propondo suas soluções sustentáveis à indústria de alimentação. É descobrir como entrar nesse jogo.  *É INVESTIDORA ANJO E PRESIDENTE DA BOUTIQUE DE INVESTIMENTOS G2 CAPITAL

Opinião por Camila Farani
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