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País trabalha em ‘Android’ para internet das coisas

Liderados pelo CPqD, grupo de pesquisadores trabalham em projeto de plataforma para cidades inteligentes

Por Claudia Tozzeto
Atualização:
Internet das coisas também deverá impactar vários setores, com sensores e máquinas conectados à internet Foto: Divulgação

No fim do dia, um trabalhador aguarda no ponto de ônibus. Numa tela, ele vê a previsão de quanto tempo vai demorar até que um ônibus com assento vazio passe por ali. Parece futurista quando comparado à situação do transporte público nas cidades brasileiras, mas essa inovação pode se tornar realidade num futuro próximo. Trata-se de uma das aplicações de um novo projeto, chamado plataforma IoT (internet das coisas, na sigla em inglês), que começou a ser desenvolvido em conjunto por pesquisadores de diversas instituições espalhadas pelo Brasil.

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O projeto, que foi iniciado em dezembro de 2016, inclui a criação de um sistema operacional de código aberto, uma espécie de “Android para internet das coisas”. Em cima dele, desenvolvedores poderão criar todo tipo de aplicativos ou serviços para cidades inteligentes.

Encabeçado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) – que está focado no desenvolvimento do sistema operacional –, a plataforma ainda inclui a participação de outras instituições, como o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas (SP); o Instituto Atlântico, em Fortaleza (CE); e a Universidade Federal do Ceará (UFC). Eles se dividem entre pesquisas de novos dispositivos, como sensores, e novas aplicações – como a que pode monitorar a lotação dos ônibus com o uso de câmeras.

No total, a plataforma IoT vai receber investimento de R$ 34,8 milhões ao longo de três anos. O valor sairá do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), gerido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Além da área de mobilidade urbana, os pesquisadores querem desenvolver aplicações de internet das coisas para a saúde e segurança pública.

De acordo com o diretor de tecnologias de conectividade do CPqD, Leonardo Mariote, o projeto foi motivado pelo potencial de melhoria da qualidade de vida das pessoas. “É evidente que o uso da internet das coisas vai melhorar a eficiência no uso dos recursos públicos em serviços nas cidades”, diz o pesquisador.

Na área da saúde, os pesquisadores negociam com a prefeitura de uma cidade no Estado de São Paulo a criação de um posto de saúde inteligente. Ele será equipado com sensores para resolver problemas comuns que afetam a qualidade do serviço. “Ninguém sabe se a temperatura do refrigerador onde ficam as vacinas é mantida quando há uma queda de energia”, exemplifica Mariote.

Apesar de estar em fase inicial, o projeto deve mostrar em breve os primeiros resultados. Segundo Mariote, os testes com as primeiras tecnologias em desenvolvimento acontecerão ainda este ano.

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