• Estadão
  • Opinião
  • Política
  • Economia
  • Internacional
  • Esportes
  • Brasil
  • São Paulo
  • Cultura
  • PME
  • Jornal do Carro
  • E+
  • Paladar
  • Link

Link Estadão

 
  •  inovação
  •  cultura digital
  •  gadgets
  •  empresas
  •  games
Assine Estadão
formulário de busca

Receita digital de remédios avança, mas esbarra em falta de legislação e unificação de dados

Startups buscam digitalizar a letra do médico e evitar erros de interpretação de prescrições de medicamentos, mas setor ainda carece de regulações

03/01/2022 | 15h28

  •      

 Por Lucas Agrela - O Estado de S. Paulo

 

Leia mais

  • 'Healthtechs' ganham espaço e mostram que estão saudáveis
  • Startup de saúde Alice recebe aporte de US$ 127 milhões
  • Com plano de saúde para PMEs, Sami recebe ‘chorinho’ de R$ 111 milhões

A necessidade de compra de remédios controlados, como antibióticos, durante a pandemia de covid-19 forçou a digitalização do setor de saúde em ritmo acelerado, abrindo espaço para as startups. Na esteira das teleconsultas, a prescrição digital ganhou força. Uma das principais startups desse segmento é a Memed, que registrou salto de 80% na média mensal de emissão de receitas digitais em 2021, indo de 1,5 milhão para 2,7 milhões ao mês. 

“Com a eliminação do papel, podemos resolver problemas de auditoria de receitas e acabar com erros de interpretação de prescrições de medicamentos”, afirma Joel Rennó Jr., CEO da Memed. O crescimento acelerado das receitas digitais atraiu investidores. Só no ano de 2021, a Memed recebeu R$ 400 milhões em aportes financeiros, montante que será usado para desenvolvimento de tecnologia, ampliação do quadro de funcionários e expansão do negócio no Brasil. 

Memed, presidida por Joel Rennó Júnior, está entre os destaques de receitas digitais no Brasil  

Memed, presidida por Joel Rennó Júnior, está entre os destaques de receitas digitais no Brasil  

A startup gerou receitas para um total de 28 milhões de pacientes neste ano. São 150 mil médicos e 40 mil farmácias cadastrados na sua plataforma digital. Estão entre os clientes: Unimed, Amil, Prevent Senior, Sulamérica, Beneficência Portuguesa e Hospital Oswaldo Cruz. 

Concorrente, a Nexodata também chamou a atenção de investidores e captou R$ 40 milhões. Pedro Dias e Lucas Lacerda criaram a startup em 2017, e também são conhecidos por terem fundado a empresa de telemedicina Vitta, que foi comprada pela Stone, no ano passado. 

Com investidores como Jorge Paulo Lemann, Guilherme Benchimol, Mercado Livre e o Hospital Albert Einstein, a Nexodata tem uma tecnologia que permite o envio de receitas digitais aos pacientes. “A receita digital de medicamentos gera muito valor para todos. Não tem mais a letra ilegível do médico ou a perda da receita. É uma receita mais segura do que o papel”, afirma Dias. Grupo Notredame Intermédica, Hospital Albert Einstein e Rede D’Or utilizam a tecnologia da startup, que também tem 25 mil farmácias credenciadas em sua plataforma digital. 

Além de lidar com a fragmentação dos sistemas tecnológicos de hospitais e consultórios, que nem sempre são compatíveis entre si, a digitalização da saúde enfrenta algumas carências regulatórias. Eliézer Silva, diretor de medicina diagnóstica e ambulatorial no Albert Einstein, explica que o hospital utiliza receitas digitais há cinco anos.

As prescrições são para os medicamentos já permitidos no formato digital, como aquelas para remédios que não precisam necessariamente de receita — mas têm orientação de uso — e para antibióticos. Comprimidos controlados, como antidepressivos, ansiolíticos e analgésicos fortes ainda carecem de regulação e precisam de receita em papel para auditoria de farmácias. “Com a digitalização do sistema de saúde, isso vai acabar sendo resolvido em algum momento”, afirma Silva, que diz ser possível, no futuro, a integração de sistemas médicos com farmácias a tal ponto que permitirá a compra e o envio de medicamentos para a casa do paciente de forma mais simples.

Unificação de dados

Durante a pandemia de covid-19, além da tecnologia, o que mais mudou foi a mentalidade de médicos e farmácias, na visão de Guilherme Hummel, especialista em saúde digital e coordenador científico da Hospitalar Hub, que organiza o evento anual Feira Hospitalar. Para ele, o maior valor das startups que atuam na emissão de receitas digitais de medicamentos está nos dados dos pacientes, que podem viabilizar novos negócios e uma visão panorâmica da situação de saúde de determinadas regiões em tempo real. A Memed, por exemplo, tem um banco de dados sobre medicamentos e exames com mais de 60 mil registros.

No entanto, o uso dessas informações está sujeito a multas por infrações da lei geral de proteção de dados. Por isso, é preciso ter a aprovação dos pacientes para cada uso específico, como a integração a um banco de dados unificado — algo que, ao mesmo tempo, protege a privacidade da população, mas dificulta a integração de dados médicos. 

O Ministério da Saúde já tem um registro único de dados de saúde, mas não há legislação que demande o registro de informações por parte das empresas. Hummel diz ser “inadmissível” que o País ainda não tenha uma obrigatoriedade de compartilhamento de informações no registro único de saúde, que existe em outros países, e estima que isso deve acontecer em até três anos. O movimento, chamado de open health, seria uma unificação parecida com a do setor bancário, chamada de open banking. “A falta desse registro único causa ineficiências para um setor que já sofre com altos custos”, diz. 

A unificação poderia evitar a duplicidade de exames, trazer informações sobre o uso atual e passado de medicamentos. Com isso, seria possível traçar um perfil completo do histórico de saúde de cada paciente, ao integrar dados do setor público e do setor privado.

    Tags:

  • startup
  • telemedicina

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Assine o Estadão Já sou Assinante

Mais lidas

  • 1.T-Cross e Renegade para PCD têm vendas suspensas
  • 2.Honda Civic pode deixar de ser produzido no Brasil em 2022
  • 3.Novo Nissan Note antecipa motor híbrido do Kicks
  • 4.Citroën registra sedã do C3 no Brasil para rivalizar com Onix Plus e Virtus
  • Meu Estadão
  • Fale conosco
  • assine o estadão
  • anuncie no estadão
  • classificados
  •  
  •  
  •  
  •  
  • grupo estado |
  • copyright © 2007-2022|
  • todos os direitos reservados. Termos de uso

compartilhe

  • Facebook
  • Twitter
  • Linkedin
  • WhatsApp
  • E-mail

Link permanente