Você se considera uma fraude? Já se questionou se merecia, de fato, algum reconhecimento recebido pelo seu trabalho? Elogios e comentários sobre a sua competência lhe causam desconforto por você entender que são exagerados?
Já senti isso em diversos momentos da minha vida. Lembro que, quando sentei pela primeira vez na cadeira do Shark Tank Brasil, achei ela grande demais para mim. Na escola, também já ouvi de um professor que eu não iria longe....
A síndrome de impostor é algo real. Sim, essa sensação de que não somos bons o suficiente é um fenômeno estudado, que tem nome e que pode acometer qualquer pessoa, apesar de ser mais comum entre mulheres. Aliás, começou a ser analisado na década de 1970 com foco no sexo feminino, mas hoje pesquisadores já questionam se esse rótulo não é uma carga pesada demais para suportar, já que coloca nas mulheres a responsabilidade de gerenciar esses efeitos.
Aqui vale uma consideração importante, de um artigo que li na Harvard Business Review: “A síndrome do impostor coloca a culpa nos indivíduos, sem levar em conta os contextos que são fundamentais para como ela se manifesta”.
A primeira coisa que você precisa saber: você não está sozinho. Na verdade, 70% das pessoas já se sentiram uma fraude pelo menos alguma vez na vida, segundo o International Journal of Behavioral Science (revista internacional de ciência comportamental, em tradução livre). É como se tivéssemos conquistado algo por pura sorte, e não por competência. Apesar de fazer um excelente trabalho, vem aquela sensação de que a qualquer momento seremos desmascarados.
E por que é importante falar sobre isso? Porque é mais fácil superar quando entendemos o motivo de algo que sentimos. Se tem algo que aprendi é que não precisamos ser superhomens ou supermulheres.
Quando o nível de exigência é muito alto, a tendência é que nada seja suficiente. A busca pelo sucesso em todos os âmbitos da vida nos faz perder a leveza e passamos a exigir demais de nós mesmos e a nos estressar com coisas que não saem como planejado. Estamos fazendo o melhor, certo?
Sempre que você se sentir uma fraude, procure repassar tudo que fez para chegar até aqui. Os esforços, as experiências, o conhecimento adquirido. Você não se tornou um empreendedor bem-sucedido, um bom líder, um alto executivo por acaso.
Aprenda a não pensar como um impostor. Não seja escravo de elogios. Confie em você, na sua jornada para chegar até aqui e pare de se importar com a opinião dos outros – e de usá-las para rejeitar a si mesmo.
