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SoftBank investe R$ 250 milhões na startup de e-commerce Petlove

Empresa usará recursos para criar plataforma de tecnologia com marketplace de pet shops e de veterinários; negociações foram feitas antes da crise do coronavírus

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

O conglomerado japonês SoftBank anunciou, na manhã desta terça-feira, 7, o investimento de R$ 250 milhões no e-commerce de produtos para animais para estimação Petlove. As negociações, que transcorrem ao longo dos últimos meses, foi assinada em meio à pandemia do novo coronavírus, que deixou grande parte das transações de fusões e aquisições (M&A) mundo afora em compasso de espera.

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O aporte foi feito pelo SoftBank Latin America Fund, megafundo de US$ 5 bilhões lançado para investimentos em tecnologia na América Latina, que agora possui quase 20 empresas da região dentro da carteira. Em conferência com jornalistas, o presidente executivo da Petlove, Marcio Waldman, disse não poder revelar a fatia adquirida pelo fundo. 

Segundo o SoftBank, a conclusão da transação está sujeita às "condições habituais de fechamento" e a expectativa é de que a conclusão já ocorra dentro das próximas semanas. "Esse investimento ajudará a acelerar o crescimento da Petlove e tornará nossa oferta de produtos, serviços e conteúdos ainda mais completa e conveniente" destacou Waldman em nota – ele criou a Petlove há 20 anos. Em 2011, quando recebeu seu primeiro aporte, a empresa faturou R$ 4 milhões ao ano. Em 2019, a receita foi de R$ 440 milhões. Segundo o executivo, a startup tem crescido, em média, 40% ao ano nos últimos anos – estatística que foi mantida para 2020.

Marcio Waldman, presidente executivo da Petlove Foto: Petlove

Tecnologia

Além disso, o aporte ajudará a companhia a trazer mais tecnologia à plataforma. "Durante a crise que ocorreu no mercado brasileiro com isolamento social, nossa tecnologia não está apenas fornecendo suprimentos para tutores de animais de estimação, mas também apoiando lojas de animais e clínicas veterinárias locais", acrescenta Waldman. 

Parte dessa nova tecnologia virá da Vetsmart, aplicativo veterinário adquirido pela Petlove em setembro do ano passado. Segundo Waldman, a plataforma ajudará veterinários a oferecer seus serviços e também terá consultoria na área de prescrição de rações e remédios, bem como atualizações sobre as novidades do setor. 

Além disso, a empresa também pretende se tornar um marketplace para pet shops, permitindo que eles façam vendas e entreguem produtos em um site próprio, mas que tenha infraestrutura de internet e de vendas montada pela Petlove. O lançamento da plataforma, que deveria acontecer só daqui a "uns três meses", nas palavras de Waldman, foi adiantado por conta da crise do coronavírus. 

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Hoje, a Petlove tem cerca de 400 funcionários. Destes, 160 trabalham em escritório e 240 nos centros de distribuição da empresa, localizados em São Paulo, Recife e Extrema (MG). Durante a conferência com jornalistas, Waldman afirmou que 50 novos funcionários estão sendo contratados para o centro de distribuição, por conta da alta na demanda após a crise do coronavírus. Nos primeiros dias de isolamento social, a empresa viu movimento 200% acima do normal; agora, com o cenário mais estável, projeta que as vendas serão 15% superiores a de dias comuns antes da crise. 

Além de fazer vendas online, a Petlove também trabalha com um sistema de assinatura de produtos como rações, materiais de higiene e até medicamentos para animais de estimação, que permite a entrega de produtos de forma recorrente para os usuários. Segundo Waldman, são 165 mil assinantes atualmente. 

Mercado

O mercado pet no Brasil faturou R$ 24 bilhões em 2019, segundo dados da Euromonitor, tornando-o um dos três maiores mercados de produtos para animais de estimação do mundo. O e-commerce, contudo, representa apenas 3,8% do total de vendas de suprimentos para animais de estimação no Brasil, afirmou Paulo Passoni, sócio-gerente do SoftBank, também em comunicado à imprensa. 

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Além do olhar na tecnologia, o SoftBank, que se une à Tarpon, Kaszek e a Monashees como investidores na Petlove, buscará apoiar aquisições adicionais no setor.A maior rodada de investimento do SoftBank na América Latina na região foi em abril do ano passado, quando o SoftBank injetou US$ 1 bilhão na startup colombiana Rappi. Além dela, o grupo já aportou nas brasileiras Loggi, Creditas, QuintoAndar, Gympass, Buser, Olist, Vtex, MadeiraMadeira, Volanty e Banco Inter. Na região, investiu ainda nas mexicanas Clippy e Konfío e na argentina Ualá.

A estratégia do SoftBank é de deter na companhia investida entre 20% e 40%, com investimentos entre US$ 50 milhões e US$ 1 bilhão. Na América Latina o fundo já analisou cerca de 800 startups, e no início do ano 250 delas ainda estavam no pipeline e 25 em estudo. / COLABOROU BRUNO CAPELAS

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