Startup de benefícios Vee recebe R$ 200 milhões de investimento após fusão com a francesa Swile

Com o cheque, a brasileira quer transacionar na plataforma R$ 2 bilhões em 2022 e chegar a até 1 milhão de usuários até 2023

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Por Guilherme Guerra
Atualização:

A startup de benefícios Vee recebeu R$ 200 milhões em investimentos da francesa Swile, que opera no mesmo segmento e fundiu as operações com a brasileira no País com troca de ações. O Brasil é o maior mercado no setor de benefícios corporativos, com R$ 150 bilhões movimentados por ano em vale alimentação, vale refeição, pagamentos de bônus e premiações. Atrás, vêm França e México.

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A Swile, startup que totaliza aportes de R$ 700 milhões, já pretendia aterrissar no Brasil como parte de sua estratégia de expansão internacional, mas optou pela fusão com a Vee, anunciada na quinta-feira, 11. Por aqui, a operação continuará a ser comandada pela brasileira, que atua desde 2018 no País e já soma mais de 50 mil beneficiários ativos e 800 mil empresas como clientes.

“A operação foi para garantir volume de investimentos, e não vender a companhia e sair dela, mas sim olhar para um mercado em que a gente acredita e brigar por investimentos”, conta ao Estadão Marcelo Ramos, cofundador da Vee e atualmente presidente do conselho da empresa. 

A startup espera aplicar o cheque de R$ 200 milhões para transformar o seu aplicativo de gestão a partir do conceito de “one stop shop” para os departamentos de Recursos Humanos, que poderão gerenciar folhas de pagamento, benefícios corporativos e outras soluções digitais para os colaboradores das empresas.

Da esq. para dir., em pé, Marcelo Ramos eRaphael Machioni, cofundadores da Vee; sentados,Loïc Soubeyrand, CEO da Swile, eEduardo Haidar, cofundador da Vee Foto: Divulgação/Vee

Esse movimento de digitalização foi acelerado em 2020, quando a pandemia de covid-19 forçou o confinamento das pessoas em suas casas e fez com que o trabalho fosse realizado em casa. A Vee respondeu criando já em março um “cartão home office”, destinado a empresas que queriam bancar custos de luz, telefone, internet ou de escritório dos seus trabalhadores. No ano, a startup viu serem transacionados R$ 73 milhões na plataforma, ante R$ 1,7 milhão de 2019.

Com a intensificação da digitalização, a perspectiva é que a startup atinja as metas de somar 590 mil usuários na plataforma, 9,1 mil clientes e de R$ 2 bilhões transacionados até 2022. Em 2023, o objetivo é fechar o ano com quase o dobro de usuários, em 1 milhão. 

O crescimento da Vee, no entanto, acontece em meio à pandemia de covid-19, cujo impacto sobre o mercado de trabalho formal, do qual o segmento de benefícios corporativos é altamente dependente, é gigantesco. Do primeiro trimestre de 2020 para os últimos três meses do mesmo ano, segundo o IBGE, a taxa de desocupação no Brasil saltou de 12,2% para 14,1%.

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Para Marcelo Ramos, no entanto, o cenário de desarranjo econômico pós-pandemia não deve atrapalhar os planos da startup, que busca clientes do setor de pequenas e médias empresas, o mais afetado pelos lockdowns necessários para combater o novo coronavírus. Por oferecer um produto que reúne em uma única plataforma vários fornecedores, a Vee acredita ser uma boa solução conseguir fazer com que as PMEs migrem para o serviço. 

“Nosso modelo não faz com que a gente tenha problema de escala potencial”, afirma. “A gente embarca num mundo em que vai haver empresa fechando e demitindo pessoal, mas vai ter aquelas que vão buscar soluções alternativas para não mandar gente embora e perseverar na crise.”

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