Startup de saúde Zenklub recebe aporte de R$ 45 milhões
Rodada de investimento é a estreia das gestoras Kamaroopin e GK Ventures no setor de ‘healhtechs’
10/02/2021 | 05h00
Por Guilherme Guerra - O Estado de S.Paulo
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Impulsionada pela pandemia, a Zenklub, startup de serviços de bem-estar e saúde emocional, anunciou nesta quarta-feira, 10, que recebeu um aporte de R$ 45 milhões destinados a fortalecer o negócio da empresa.
A rodada de investimento foi feita pela portuguesa Indico e pelas brasileiras Kamaroopin e GK Ventures, duas estreantes no setor de healthtechs. A Indico já havia participado da rodada de R$ 16,5 milhões na Zenklub, realizada em maio do ano passado.
Com o aporte, a empresa, fundada em 2016 pelos portugueses Rui Brandão e José Simões, mira duas frentes: a primeira é ampliar a participação da startup no setor de saúde emocional corporativa, pelo qual empresas bancam psicólogos online para seus funcionários, por exemplo. Nesse segmento, a Zenklub tem parceria com mais de 200 empresas, como Votorantim Energia, Natura, Qualicorp e Loggi.
Os fundadores Rui Brandão (esq.) e José Simões (dir.) da Zenklub querem ampliar o acesso a serviços de bem-estar e de saúde emocional
Além disso, a plataforma quer investir em personalização da experiência do usuário, como, por exemplo, sugerir dicas de como dar feedback e comunicação não-violenta para usuários que relatam problemas no trabalho. “Isso faz com que as pessoas tomem iniciativas mais proativas e evitem um burnout”, diz Brandão ao Estadão.
Por conta dos reflexos da pandemia, o Zenklub viu em 2020 a sua base de clientes quintuplicar em relação a 2019. O movimento é acompanhado por outras empresas do setor, como a Televita e Hisnëk. O crescimento das healthtecs começa também a motivar investidores. Em janeiro, a startup ViBe Saúde recebeu um cheque de R$ 54 milhões, em rodada liderada pelo fundo sueco Webrock Ventures, que investe exclusivamente no Brasil. Em novembro, a Hilab levantou US$ 10 milhões.
“A pandemia acelerou a adoção de consultas pelo meio digital e, como estamos vivendo momentos conturbados, perdemos um pouco da esfera social e profissional, o que gera ansiedade e outras questões emocionais”, diz Brandão. “As pessoas adotaram com muito mais ênfase o seu próprio cuidado emocional”.
Pedro Faria, cofundador da gestora Kamaroopin, braço da SK Tarpon, diz que imagina crescimento do setor no cenário pós-pandemia. “O Brasil tem níveis gigantescos de ansiedade e depressão e outras condições mentais. Era um tabu nas empresas e nas famílias o tema de ansiedade, depressão e outras condições mentais, mas a pandemia escancara tudo isso e, com a Zenklub, isso começa a ser endereçado no lugar correto e com uma perspectiva integracionista de saúde.”
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