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Startup Fen recebe aporte de R$ 1,7 milhão para 'abrasileirar' o social commerce

União de redes sociais e comércio eletrônico é fenômeno nos mercados asiáticos, mas modelo de negócio ainda não deslanchou na América Latina

Foto do author Guilherme Guerra
Por Guilherme Guerra
Atualização:

A startup brasileira Fen, fundada em 2020, anuncia nesta quinta-feira, 11, que recebeu um aporte de R$ 1,7 milhão para colocar no ar a sua plataforma de social commerce, que usa um formato de mistura de comércio eletrônico (e-commerce) com redes sociais (com interação entre compradores e vendedores).

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O cheque foi liderado pelo fundo de investimento Canary, com participação do Latitud e do investidor-anjo Robson Privado, da startup MadeiraMadeira. Com o dinheiro, a expectativa é investir em tecnologia para lançar a plataforma, que só pode ser acessada por um site até a chegada de um aplicativo em 2022.

A expectativa da empresa é "abrasileirar" o formato, bastante utilizado no mercado asiático e, principalmente, pelo Grupo Alibaba, na China — mas ainda pouco conhecido no Brasil e na América Latina.

"As pessoas subestimam o social commerce, assumindo que o brasileiro vai se comportar igual o consumidor da Ásia. E isso não é uma verdade, porque os asiáticos, por exemplo, têm uma forma diferente de se relacionar com as redes sociais e no consumo de conteúdo", explica ao Estadão o fundador e presidente-executivo da Fen, Vinicius Miranda. "Diferentemente da China, onde existe muito menos interação humana do que no Brasil. Por isso, nós criamos um ecossistema em que unimos todas as partes porque existe mais engajamento por aqui."

Da esquerda para a direita, os fundadores da Fen: Lincoln Araújo, Ana Guimarães e Vinicius Miranda Foto: Nathalie Artaxo/Fen

A plataforma da Fen trabalha com o tripé de marcas, criadores de conteúdo e consumidores, permitindo que essas lojas, atualmente apenas do ramo de moda e beleza, atraiam esses influenciadores — estes, por sua vez recebem uma comissão caso consigam convencer o consumidor a realizar a compra. "O papel desse tipo de profissional é mal-compreendido, mas ele leva opinião, informação e cultura para as pessoas. Eles não conseguem viver disso porque não monetizam o seu trabalho", explica.

O objetivo da startup, diz Miranda, é impulsionar os pequenos negócios com vendas no formato digital e ajudar esses criadores de conteúdo a terem uma fonte de renda. Assim como com os influenciadores, a Fen retém uma comissão de cada venda na plataforma. 

Miranda já espera que a Black Friday deste ano seja um pontapé para o lançamento da Fen, que pretende se consolidar como a principal plataforma de social commerce da América Latina. Ser adquirida por uma gigante do varejo, movimento cada vez mais comum do mercado, está fora dos planos, por enquanto. "Se isso vier como discussão no futuro, vamos ter de ver se isso faz sentido como estratégia", conclui.

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