Startups veteranas de Floripa agora enfrentam desafios globais

Exemplos para novatos, Resultados Digitais, Conta Azul e Decora se deparam com competição internacional e dificuldade para contratar profissionais preparados

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Por Bruno Capelas
Atualização:

Para muita gente, o próximo destino após conseguir vender uma empresa por US$ 100 milhões seria uma ilha deserta. Para os cofundadores da Decora, startup de Florianópolis, foi diferente: o caminho foi fazer as malas e seguir para EUA, Europa e Ásia para continuar conquistando clientes e vendendo seus produtos – a empresa faz imagens em 3D de produtos de decoração para lojas online. 

“Todo mundo continua na operação e na ponte aérea”, diz Rafael Assunção, diretor de operações da empresa – no dia da entrevista ao Estado, ele era o único dos cinco sócios que estava na cidade.

Rafael Assunção, diretor de operações da Decora: startup foi comprada por US$ 100 milhões pelaamericana Creative Drive em março Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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A situação da Decora ilustra bem o momento da primeira geração de startups da cidade – apesar de já terem sucesso e servirem de exemplo, elas agora enfrentam desafios globais. A startup de contabilidade ContaAzul, por exemplo, tem crescido rapidamente: começou o ano com 200 pessoas e quer atingir 450 até dezembro. “Nossa maior dor é achar gente preparada”, diz Vinicius Roveda, cofundador da startup, que planeja crescer 100% ao ano pelos próximos três anos.

Para a Decora, adquirida em março pela americana CreativeDrive, a meta é buscar contratos maiores e mais clientes – hoje, ela atende lojas famosas como Home Depot e Bed, Bath and Beyond. A empresa se prepara para deixar a sede atual em outubro e ocupar um espaço três vezes maior, para acomodar 250 funcionários até o fim de 2019 – hoje, são 120 pessoas. 

A Resultados Digitais (RD) é outra que está inaugurando novos escritórios pela América Latina – abriu bases em Bogotá e na Cidade do México, além de expandir operações em São Paulo, onde terá 50 funcionários. “Precisávamos de gente experiente. Era um problema: faltavam profissionais com perfil em Santa Catarina e não conseguíamos atrair gente de outras regiões”, diz Eric Santos, presidente executivo da RD. Abrir o escritório em São Paulo foi a saída. 

Há quem diga que a startup é a que tem maior chance de se tornar o primeiro unicórnio catarinense – ou seja, alcançar a marca de US$ 1 bi em valor de mercado estimado. “Acho bobeira falar disso, vai ser uma consequência. Nossa trajetória tem muito potencial de crescimento.” 

*O repórter viajou a Florianópolis (SC) a convite da Associação Catarinense de Tecnologia

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