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Investidora e presidente da G2 Capital, uma boutique de investimento em startups. Escreve mensalmente às terças

Opinião|Tecnologia tem que ter papel importante na educação

Um novo mundo digital só fará sentido se puder ser aproveitado e potencializado por todos

Atualização:

Será que estamos nos preparando como deveríamos para os desafios do mundo do presente e do futuro? Essa é uma das questões que sempre me pergunto e as respostas, invariavelmente, apontam para como estamos tratando a educação no Brasil.

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Cada vez mais falamos sobre a potência do mundo digitalizado, e do quanto novos conceitos e tecnologias estão mudando a forma como a gente se relaciona, como adquirimos produtos e serviços, como realizamos transações bancárias. É o caso dos NFTs (tokens não fungíveis), DeFi (finanças descentralizadas), Metaverso, Realidade Virtual e Aumentada, Inteligência Artificial. É incrível pensar nas oportunidades que estão chegando.

Isso só fará sentido, porém, se esse novo mundo puder ser aproveitado e potencializado por todos. Pelo menos 28% da população não têm acesso à educação no Brasil. Outro ponto importante é que a média de maturidade digital das pequenas e médias empresas brasileiras é de 40,77 pontos, em uma escala que varia de 0 a 100 pontos. Hoje, 66% destas operações estão nos níveis iniciais de maturidade digital, aponta estudo da FGV, o que nos leva a conclusão de que a digitalização precisa avançar, e muito, nas PMEs.

A importância da tecnologia na educação Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO 14-02-2019

Relatório apresentado recentemente pela Unesco fala sobre a importância de transformarmos a educação no Brasil, e um dos pontos destacados é, justamente, reimaginar as escolas e os modelos de aprendizado. É o que fizeram os países que estão avançando mais rapidamente na nova economia.

Precisamos ampliar o acesso à educação, mas também construir uma nova forma de ensinar, mais alinhada com a maneira com que as pessoas aprendem hoje em dia. Isso pressupõe aposta na conectividade, bem como na lógica de cocriação do aprendizado entre alunos e professores e na colaboração.

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A tecnologia torna cada vez mais possível o aprendizado a qualquer momento, e de qualquer lugar, facilitando este processo. Assim com a personalização, já que cada pessoa aprende de forma diferente.

O desafio aqui é olharmos para as oportunidades do mercado e preparar as pessoas para isso. Um exemplo é, justamente, a área de tecnologia. Enquanto falamos em desemprego no Brasil, a procura por profissionais de TI será de 420 mil pessoas até 2024, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

É fundamental ampliarmos a formação de pessoas para atuarem nas áreas ligadas a STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Especialmente, mulheres, já que, das 246 ocupações nestas áreas, 206 têm mais de 50% da força de trabalho composta por homens.

A educação é um direito de todos, quando pensamos no presente e no futuro, deve ser pensada sob os pressupostos do quanto a tecnologia pode ser uma aliada na formação das novas gerações. Não há mais tempo a perder.

Opinião por Camila Farani
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