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Opinião|Tudo enferruja mais rápido

Inteligência artificial, robótica, realidade virtual, internet móvel 5G, drones, impressoras 3Ds e várias outras tecnologias estão moldando todos os aspectos das nossas vidas

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Atualização:

Vivemos uma época onde tudo fica obsoleto mais rápido. Não só produtos e serviços desaparecem substituídos por outros, mas indústrias inteiras estão sendo impactadas por novas formas de trabalho.

Vimos isso acontecer com os eletrônicos. Bastava tomar a decisão de comprar um computador, câmera digital ou celular para, no mês seguinte, um novo modelo aparecer, mais avançado e praticamente pelo mesmo preço. Parecia praga. Lei de Murphy. Quem não viveu isso? O mesmo ocorreu nos serviços. A evolução das telecomunicações, por exemplo, fez desaparecer o DDI. Lembro quando meu irmão fez sua primeira viagem internacional, há quase três décadas. Recordo a angústia dos meus pais esperando a primeira ligação dele durante dias. Contei isso em uma palestra para jovens recentemente. Todos riram. Hoje, essa cena é inimaginável. Na época, era a realidade.

WhatsApp e outros serviços de chamadas pela internet deixaram obsoletas as ligações telefônicas internacionais Foto: Pixabay

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A mudança que vivemos agora, porém, é bem mais veloz e profunda. Inteligência artificial, robótica, realidade virtual, internet móvel 5G, drones, impressoras 3Ds e várias outras tecnologias estão moldando todos os aspectos das nossas vidas. No entanto, a maioria delas, que antes eram exploradas isoladamente, hoje são facilmente convergidas, produzindo soluções que vão muito além de só transformar produtos e serviços. Elas, na verdade, transformam modelos de negócios. Substituem um jeito de trabalhar por outro. Fazem setores inteiros da economia, que funcionam da mesma forma há anos, serem desafiados por soluções que rompem o sedentarismo dessas indústrias e melhoram muito a qualidade de vida das pessoas.

Na medida em que o ritmo da inovação aumenta, o tempo médio das empresas nos principais índices mundiais de ações diminui. Em 1950, uma típica organização do S&P 500 – a relação das 500 empresas mais negociadas na bolsa de Nova York – permanecia cerca de 60 anos no índice. Hoje, permanece menos de 20. A dificuldade para se manter competitivo por muito tempo, portanto, é cada vez maior. Além disso, as pessoas aceitam o “novo” mais rápido. Após ser inventada, a eletricidade demorou 46 anos para ser adotada por pelo menos 25% da população americana. Foram necessários, porém, 35 anos para adotarem o telefone, 31 para o rádio, 26 para a televisão, 16 para o computador, 13 para o celular e só 7 para a internet.

Essa rápida curva de adoção aliada aos atuais avanços tecnológicos formam uma combinação explosiva que afeta segmentos inteiros da economia e acelera o envelhecimento das coisas. Para sair dessa, é preciso aceitar que o mundo mudou e se preparar para isso. É necessário agir em vez de esperar. Enfrentar em vez de recuar. Levantar a cabeça em vez de baixar. Quem tem esse comportamento é quem está aproveitando o lote de oportunidades incríveis disponível nos dias de hoje. É SÓCIO DA EMPRESA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA STARTSE

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Opinião por Maurício Benvenutti
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