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Opinião|Uma geração prestes a mudar o mundo

Aos poucos, Geração Z provoca uma revolução silenciosa que redefinirá a sociedade que conhecemos hoje

Atualização:

No fim de 2019, a Geração Z representará 32% da população global. Por que isso importa? Bem, os nascidos a partir de 2001, que jamais viveram sem internet, estão prestes a transformar as relações de trabalho para sempre. Aos poucos, eles provocam uma revolução silenciosa que redefinirá a sociedade que conhecemos hoje. 

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Surgida após os millennials (nascidos entre 1980 e 2000), essa turma sabe que as regras do passado não funcionam mais e que as do futuro estão sendo inventadas por ela. Concebida na era digital, abundante e democrática, a Geração Z foi acostumada a pedir e ter o que sempre quis. Como resultado de uma criação superprotetora, que os chamou de “melhores” desde criança, esses jovens desenvolveram uma fonte inesgotável de energia e coragem para fazer do mundo o lugar que eles querem, sonham e imaginam. Naturalmente, isso gera um desafio para pais, professores e empresas.

É um desafio porque esses jovens estão customizando a própria existência. Impondo o seu jeito de ser em tudo. Não dá para uma área de Recursos Humanos ainda achar que é possível atrair os talentos desse país mostrando um descritivo de atividades do cargo e pagando pelo número de horas trabalhadas nessas atividades. Isso é ultrapassadíssimo. Talentos não vão para uma entrevista. Eles vão para uma conversa. Para um diálogo. Para um papo de igual para igual sobre valores, ideias e propósitos. Essa turma funciona por meio de redes interpessoais onde todos têm a mesma importância. Não existe hierarquia. Existe respeito ao legado.

Não consigo imaginar um prodígio atual, impaciente, rebelde e questionador, prestes a poluir uma organização com ideias frescas e ousadas, sentado em uma salinha como “candidato” de um processo seletivo que busca preencher os tais requisitos de uma vaga.

Além de ser insuficiente, isso é pouco atraente aos que desejam construir uma história, deixar uma marca e impactar o planeta onde vivem. Os indivíduos da Geração Z buscam lugares que sirvam de trampolim para transformar o ambiente. Mesmo apresentando traços individualistas e focados nas próprias recompensas, eles têm uma consciência social profunda. Se não existir espaço para causar impacto, essa juventude investirá a sua genialidade em outro lugar. 

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Além disso, empresas como IBM, Google e Apple eliminaram a exigência de graduação para novos funcionários nos EUA. Não porque a faculdade não é importante. Ela é. Mas porque há uma massa de adolescentes extraordinários que está construindo o seu capital intelectual por meios distintos do senso comum. Esse é o segmento que assiste menos TV, usa mais internet e obtém todas as respostas que precisa pelo Google Home. Enquanto gerações anteriores eram formadas para “procurar” empregos, os jovens atuais querem “inventar” um.É SÓCIO DA PLATAFORMA PARA STARTUPS STARTSE

Opinião por Maurício Benvenutti
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