Veja como é por dentro o Google Campus São Paulo
Reportagem do ‘Estado’ te leva para um passeio em 360 graus pelo centro de startups da gigante americana de buscas na capital paulista
03/09/2017 | 05h00
Por Bruno Capelas - O Estado de S. Paulo
Redes confortáveis fazem parte do terraço do Google Campus São Paulo, no bairro do Paraíso
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Na última semana, a equipe do Google Campus São Paulo pode comemorar um feito: o espaço superou Londres se tornou o maior dos seis Campus que o Google mantém em todo o mundo, ao atingir a marca de 85 mil membros inscritos. Um membro é quem se registra gratuitamente para ter acesso ao espaço, participar de eventos, conhecer outras startups ou tomar café no local. “Esse número mostra para nós que há uma demanda reprimida por espaços em São Paulo”, diz André Barrence, diretor geral do local.
Inaugurado em junho de 2016, o Campus ocupa hoje um prédio de seis andares no bairro do Paraíso, zona sul da capital paulista. De lá para cá, foram mais de 500 eventos abertos à comunidade, 443 sessões de mentoria com startups e pelo menos 320 horas de conselhos dados por funcionários do Google às empresas inovadoras. Todos os dias, pelo menos 600 pessoas trabalham diretamente do descolado café do espaço, com direito a poltronas confortáveis.
Clique para ver em tela inteira / Fotos: Masao Goto Filho/Estadão
Os seis andares se dividem em dois tipos de ambiente: há aqueles abertos ao público, como o café e a sala da Vaca Amarela, onde todos devem fazer silêncio, e pisos exclusivamente dedicados aos programas de startups do Google e de parceiros presentes no local, como a aceleradora Startup Farm.
A menina dos olhos da empresa é o Programa de Residentes do Campus, que reúne atualmente 12 startups em sua segunda turma e oferece mentorias, palestras e um local para trabalhar às empresa. De acordo com o Google, os principais critérios para uma startup ser selecionada são desenvolver tecnologias únicas, com alto potencial de impacto, com participação de um time diverso e disposto a contribuir para o crescimento do ecossistema brasileiro de startups.
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Residentes. Cinco das empresas presentes no programa hoje participaram também da primeira turma, que aconteceu entre agosto do ano passado e fevereiro de 2017. Uma delas é a Nama, empresa de inteligência artificial que desenvolve robôs de conversa para aplicativos de mensagens instantâneas. Estar “dentro” do Google é um chamariz para a empresa atrair clientes. “Muita gente fica curiosa em fazer uma reunião numa sala do Google”, diz Scotti.
Além do espaço, o programa também forma laços e cultura – que o diga a AlugaLogo, que participou da primeira turma de residentes. Hoje, a sede da empresa fica junto com a de outras outras ex-participantes do programa, em um escritório compartilhado chamado carinhosamente de “Noodle Campus” (campus do miojo, em tradução livre).
Criada em 2016, a startup foi criada para otimizar a eficiência de maquinário pesado de construção civil – encontrando empreiteiras interessadas em alugar escavadeiras, por exemplo, quando essas não estiverem sendo usadas por seus donos.
Durante o programa no Campus, quando a atividade da construção civil caiu, a empresa percebeu que precisava diversificar suas operações – hoje, aluga até furadeiras, por R$ 30 ao dia. “Foi com a mentoria que nós tivemos no Campus que percebemos que precisávamos diversificar para nos mantermos no mercado”, explica Caio Machado, cofundador da startup.
Para André Barrence, o movimento que se vê hoje na cidade de São Paulo, com o surgimento de espaços criados por grandes empresas, é apenas o começo de um longo processo. “Ainda vejo São Paulo num estágio inicial como ecossistema”, diz.
O diretor do espaço do Google não nega que já tem planos para o futuro – mesmo sem saber exatamente quando ele vai chegar. “Esses espaços vão precisar se adaptar conforme as empresas cresçam. Precisaremos ser capazes de ajudar startups em estágio avançado, auxiliando em temas como desenvolvimento de produtos e internacionalização”, diz. “Será algo mais especializado, mas será um conteúdo relevante.”
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