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WeWork lança assinatura mensal para acesso a todos os seus edifícios

Em vez de reservas e pagamentos sob demanda, usuários poderão usar o passe para escolher o espaço de trabalho de acordo com as necessidades de cada dia

Por Giovanna Wolf
Atualização:
WeWork tenta recuperar as perdas registradas na pandemia devido à vacância de espaços corporativos Foto: Kate Munsch/Reuters

Com o avanço da vacinação, a startup americana de escritórios compartilhados WeWork começa a mirar a volta ao trabalho presencial. A empresa lança nesta quinta-feira, 2, uma assinatura mensal que dá acesso a todos os seus edifícios. Em vez de reservas e pagamentos sob demanda, usuários poderão usar o passe para escolher o espaço de trabalho de acordo com as necessidades de cada dia. É uma aposta da startup para oferecer flexibilidade à medida que os trabalhadores e companhias discutem opções de home office e trabalho híbrido. 

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A WeWork possui 700 unidades em 150 cidades ao redor do mundo, sendo 32 edifícios no Brasil. Por aqui, há locais em São Paulo, Alphaville, São Bernardo do Campo, Osasco, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

O novo sistema de assinatura, chamado de WeWork All Access, custará R$ 795 mensais no plano individual (o valor promocional de lançamento é de R$ 477) – empresas também podem oferecer a associação a seus funcionários. Para comprar o pacote, é preciso acessar o aplicativo da startup. 

“O formato de procura por escritórios não está igual ao que era antes da pandemia. Há pouca gente fazendo o modelo de segunda a sexta, em expediente completo: a maioria frequenta em horários diferentes. Achamos que essa flexibilidade veio para ficar”, afirma Lucas Mendes, diretor da WeWork no Brasil, em entrevista exclusiva ao Estadão.

Com operação em 38 países, a WeWork tenta recuperar as perdas registradas na pandemia devido à vacância de espaços corporativos. Por conta do avanço da variante Delta ao redor do mundo, a recuperação tem sido lenta: no segundo trimestre, a empresa registrou receita de US$ 593,4 milhões, uma queda de 1% em relação ao resultado do trimestre anterior. A empresa espera que o faturamento atinja valores entre US$ 650 milhões e US$ 700 milhões nos próximos três meses. 

Segundo a startup, o fluxo de membros nos prédios da WeWork no Brasil cresceu cerca de 980% em agosto, na comparação com o início da pandemia, em abril de 2020 – a empresa não revela números absolutos. São Paulo foi a quinta cidade com maior fluxo de membros na startup no mês passado mundialmente. 

“Temos visto a Delta causando efeitos diferentes em cada país. Com um produto como o WeWork All Access, é possível fazer a assinatura de um mês e depois cancelar. É uma forma de cobrar pelo uso em vez do aluguel rígido”, afirma Mendes. “Apesar da incerteza, acreditamos que estamos bem posicionados para ajudar as empresas a lidarem com esses cenários”. 

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Nova configuração

Em maio, a marca da WeWork passou a ser operada na América Latina pelo SoftBank Latin America Fund – é uma parceria de joint venture que segue um modelo que a companhia tem adotado em outros mercados, como China, Índia, Japão e Israel. O SoftBank é sócio da WeWork há alguns anos – a startup foi fundada em 2010.

Segundo Mendes, desde que a parceria foi firmada, a WeWork tem estreitado laços com as empresas do portfólio do grupo japonês. “Sempre tivemos exposição ao setor de tecnologia e startups – atendemos a Gympass no mundo inteiro, por exemplo. Agora, porém, a cada novo investimento do SoftBank, nos aproximamos de uma nova empresa de rápido crescimento”, diz.

O diretor da WeWork no Brasil também afirma que a joint venture está abrindo caminhos para expansão na América Latina. Sem revelar detalhes, o executivo afirma que, em 2022, a empresa pretende crescer sua operação nas cidades em que já opera no Brasil, e também avançar para outros Estados. 

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