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Amazon perde US$ 210 bi em valor de mercado após pior dia na Bolsa em 16 anos

Balanço da Amazon frustrou expectativas de investidores e registra queda acentuada na Bolsa desde a última quinta-feira, 28

Por Redação Link
Atualização:
Amazon tem queda no valor de suas ações Foto: REUTERS/Brendan McDermid

Texto atualizado às 17h30 com os números após o fechamento do mercado 

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Nesta sexta, 29, a Amazon perdeu US$ 210 bilhões em valor de mercado após o pior dia da empresa no mercado financeiro desde 2006. A queda de 14,05% da companhia ocorre após a fraca estimativa de crescimento para o próximo trimestre, o que já havia derrubado em 9% as ações da companhia depois do balanço financeiro, nesta quinta-feira, 28. Jeff Bezos, fundador da Amazon, viu cerca de US$ 20 bilhões de sua fortuna desaparecer. 

Com isso, a fortuna de Bezos deve chegar a US$ 150 bilhões no ranking da Bloomberg — em 2022, ele já perdeu US$ 23 bilhões. O motivo para o tombo está no balanço financeiro deste trimestre, divulgado nesta quinta-feira, 28. Enquanto os números de assinaturas e receita de serviço de nuvem cresceram em níveis satisfatórios, a receita total da empresa ficou pouco acima da média esperada pelos investidores — foram US$ 113,4 bilhões ante US$ 116,3 bilhões aguardados pelo mercado.

Para o próximo período, porém, o desânimo é ainda maior. A Amazon espera que, no melhor dos cenários, a alta na receita chegue até, no máximo, 7%, o que pode ficar em torno de US$116 bilhões e US$121 bilhões. Entre os investidores, o valor esperado — antes do primeiro relatório financeiro do ano — era US$125,5 bilhões.

A perspectiva para a divisão de varejo da gigante é negativa por várias razões. Uma delas é a reabertura de lojas físicas, o que devolveu à gigante concorrentes que antes estavam adormecidos pela pandemia. A companhia também enfrenta alta nos custos. Um desses elementos é a inflação no preço dos combústíveis, o que influenciou em toda a cadeia de entregas e serviços, resultando em prejuízo de US$3,8 bilhões para a companhia - no mesmo período do ano passado, o lucro foi de US$ 8 bilhões. Pressões inflacionárias também devem reduzir o consumo em diferentes países, o que também desanima investidores. 

“Hoje, como não estamos mais buscando capacidade física ou de pessoal, nossas equipes estão totalmente focadas em melhorar a produtividade e a eficiência de custos em toda a nossa rede de atendimento. Isso pode levar algum tempo, principalmente porque trabalhamos com pressões inflacionárias e da cadeia de suprimentos em andamento, mas vemos um progresso encorajador em várias dimensões da experiência do cliente”, explicou Andy Jassy, presidente da Amazon, no relatório enviado a investidores. 

Outro medo dos investidores da Amazon também passa pelo cenário americano de inflação. Com a previsão de mais uma alta nos juros, a aposta na Bolsa está contida, principalmente com expectativas baixas de retorno a curto e médio prazo. A taxa, revisada pelo Federal Reserve (Fed) tem mais seis aumentos previstos para 2022 e deve terminar o ano em 1,9%.

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Com isso, a companhia tem se segurado nos resultados dos seus serviços digitais. “A pandemia e a subsequente guerra na Ucrânia trouxeram crescimento e desafios incomuns”, afirmou Jassy. “Com o crescimento da AWS de 34% ao ano nos últimos dois anos e 37% ano após ano no primeiro trimestre, a divisão de nuvem tem sido integral em ajudar empresas”. 

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