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SoftBank avalia novos aportes nas investidas que estão indo bem na América Latina

Acionista de empresas como Rappi e Uber Eats, o SoftBank disse estar mais confortável com o seu portfólio na América Latina

Por Por Tatiana Bautzer
Atualização:
Com investimento, SoftBank terá assento no conselho da Acesso Digital Foto: Toru Hanai/Reuters

Com quase 20 empresas em sua carteira de investimentos da América Latina, o conglomerado japonês Softbank, que desde o ano passado chama a atenção do mercado com seus elevados cheques e que já transformou startups da região em unicórnios - como são conhecidas aquelas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão -, avalia uma nova fase de aportes. Podem ser desembolsos nas empresas já presentes no portfólio e que estão "indo muito bem". O sócio do Softbank na América Latina, Paulo Passoni, disse que, nesse momento, os investimentos novos e "mais óbvios" na América Latina já foram feitos.

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"Já passamos pelos nomes óbvios e daqui para frente pode haver empresas novas que não estavam nesse filtro inicial. Esperamos fazer alguns desses investimentos neste ano. Mas além disso, fazer aportes nas (investidas) que estão indo bem", disse Passoni em live organizada pela XP Investimentos. O novo desembolso nas empresas poderá ser feito ao abrir capital, com oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em que o Softbank faz novo aporte "ancorando", ou seja, comprando parte das ações na operação.

Na primeira fase de investimentos foram mapeadas, segundo Passoni, quase 300 empresas e selecionadas entre 15 e 18. "Escolhemos as empresas que achamos que conseguiriam usar o capital para algo positivo, fazer alguma aquisição, com excelentes empreendedores atrás e com negócios saudáveis", destacou. Algumas das investidas, ponderou, ainda estão em fase de provar que têm negócios estáveis.

Na América Latina, o Softbank fez um investimento em meio à pandemia do covid-19, realizando um aporte de R$ 250 milhões na empresa de e-commerce de produtos para animais de estimação Petlove. Os investimentos na região são feitos pelo Softbank Latin America Fund, megafundo de US$ 5 bilhões lançado para investimentos em tecnologia na América Latina.

A maior rodada de investimento do Softbank na América Latina na região foi em abril do ano passado, quando injetou US$ 1 bilhão na startup colombiana Rappi. Além dela, o grupo já aportou nas brasileiras Loggi, Creditas, QuintoAndar, GympassBuser, Olist, Vtex, MadeiraMadeira, Volanty e Banco Inter. Na região investiu ainda nas mexicanas Clippy e Konfío e na argentina Ualá.

Em busca de um retorno entre 30% e 40% do fundo, Passoni disse que as empresas do portfólio, em grande parte, estão se saindo bem com o ambiente trazido pelo covid-19. "Nossas empresas acabaram se beneficiando de forma desproporcional", disse. "Hoje estou mais feliz com nosso portfólio do que estava há seis meses". Uma delas foi a Rappi, com o isolamento social levando as pessoas a comprarem cada vez mais pela internet, gerando crescimento da empresa em um ritmo muito mais rápido do que o esperado pelo Softbank. "Foi muito mais do que 100%", afirmou.

 Passoni disse que o setor de entrega de comida passará, não só no Brasil, mas em escala global, por um movimento de consolidação. "Acabará com apenas dois players no mercado", disse. Na América Latina, além do Rappi, o Softbank está exposto nesse mercado pelo Uber, com o Uber Eats e pela Didi, por meio do recém lançado 99 Food.

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