Supermicro revisará hardwares em busca de chips maliciosos chineses

A empresa é uma das principais fornecedoras de servidores a empresas dos Estados Unidos; a Bloomberg revelou no início deste mês que espiões chineses podem ter inserido microchips em computadores para invadir os sistemas do governo e mais de 30 empresas dos Estados Unidos

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Por Agências
Atualização:
Uma reportagem da Bloomberg disse que a China inseriu chips maliciosos em sistemas americanos Foto: REUTERS/Dado Ruvic

A Supermicro, uma das principais fornecedoras de servidores a empresas dos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira, 22,que irá revisar seus hardwares em busca de provas de que chips maliciosos foram inseridos por espiões chineses – uma revelação feita pela Bloomberg no começo deste mês. 

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“Apesar da falta de prova de que um chip de hardware malicioso existe, estamos realizando uma revisão complicada e demorada para continuar a abordar as informações”, disse a Supermicro em uma carta aos seus clientes, datada de 18 de outubro.

Depois do anúncio, às 14h30 no horário de Brasília, as ações da Supermicro subiam 4%. 

Pressão. Nas semanas seguintes à revelação do caso, a reportagem da Bloomberg foi alvo de críticas pela inteligência dos Estados Unidos e por especialistas em cibersegurança, que alegam que faltam evidências para confirmar o suposto ataque. Quem se pronunciou recentemente sobre essa história foi Tim Cook, presidente executivo da Apple. Na última sexta-feira, 19, em entrevista ao site BuzzFeed News, Cook pediu que a Bloomberg se retratasse sobre a reportagem: "isso não aconteceu, não há verdade nisso". 

Entenda. Segundo a Bloomberg, o governo da China, por meio da unidade do Exército de Libertação do Povo Chinês, teria inserido um minúsculo e imperceptível chip nas placas-mãe produzidas pela Supermicro, uma das principais fornecedoras de servidores a empresas dos Estados Unidos. A companhia é americana, mas monta placas-mãe na China.

De acordo com a reportagem, a hipótese é de que a operação tinha a meta de obter segredos comerciais valiosos e de invadir redes governamentais, mas não há evidência de que dados de empresas ou de usuários tenham sido roubados ou adulterados. 

A Bloomberg afirma que a Apple e a Amazon teriam descoberto o ataque por meio de investigações internas e que avisaram as autoridades dos Estados Unidos. As duas empresas negaram que isso tenha ocorrido. 

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A Amazon disse, em comunicado, que não encontrou “evidências para amparar queixas sobre chips maliciosos ou modificações de hardware.” Já a Apple disse que “nunca encontrou chips maliciosos, manipulações de hardware ou vulnerabilidades propositalmente plantadas em qualquer servidor”. 

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