ByteDance diz que China precisa aprovar acordo do TikTok nos EUA

Segundo a empresa, os planos de ter a maior parte da empresa continuam de pé, contrariando o desejo do presidente Donald Trump

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Por Redação Link
Atualização:
A venda direta das operações ou tecnologias do TikTok não foi incluída na proposta da ByteDance aos EUA Foto: Florence Lo/Reuters

 A China precisará aprovar o acordo proposto pela ByteDance com a Oracle por seu aplicativo TikTok, disse a empresa chinesa nesta quinta-feira, 17, indicando como sua oferta para evitar uma proibição nos Estados Unidos pode ser mais dificultada.

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A Oracle apresentou uma proposta ao governo americano que permitirá que ela se torne uma parceira de tecnologia no aplicativo TikTok, já que a ByteDance espera impedir uma decisão do presidente Donald Trump de alienar as operações do TikTok nos EUA. A proposta visa tornar o TikTok Global uma empresa com sede no país.

Mas o presidente norte-americano levantou na quarta-feira, 16, questões sobre os planos da ByteDance de manter uma participação majoritária nas operações do TikTok nos EUA e disse que não era favorável à ideia de a empresa chinesa manter o controle, depois que seis parlamentares republicanos pediram que ele rejeitasse a proposta.

Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Bloomberg, o presidente dos Estados Unidos tem poder para vetar o negócio, mas a discussão entre dirigentes do governo e empresas que já ocorre na Casa Branca pode influenciar a decisão.

Trump disse que proibiria o TikTok nos EUA já no próximo domingo, 20, se a ByteDance não concordasse, em meio a preocupações dos EUA de que a empresa poderia passar dados de usuários ao governo chinês. Outra fonte ouvida pela Bloomberg indicou que, no acordo, a Oracle teria acesso total ao código-fonte e às atualizações dos algoritmos para garantir que nenhuma operação de dados americanos tenha abertura para ser comandada pela matriz chinesa. 

Segundo uma reportagem da CNBC publicada nesta quinta-feira, 17, o presidente Donald Trump deve decidir sobre a proposta nas próximas 36 horas. De acordo com fontes ouvidas pelo canal de TV, é esperado que a Oracle fique com 20% de participação no TikTok, e que o Walmart faça uma parceria para ser incluído no acordo. 

Uma venda direta das operações ou tecnologias do TikTok não foi incluída na proposta da ByteDance aos EUA, informou a mídia estatal chinesa nesta quinta-feira, citando um comunicado separado da empresa.

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Quando questionado sobre os comentários do ByteDance sobre a necessidade da aprovação da China, o Ministério das Relações Exteriores instou os EUA a respeitar os princípios da economia de mercado e da concorrência justa, e parar de politizar a cooperação econômica e comercial.

No final do mês passado, a China atualizou suas regras de controle de exportação para opinar sobre a transferência de tecnologia, como o algoritmo de recomendação de vídeos aos usuários do TikTok para compradores estrangeiros.

A Reuters informou que o acordo com a Oracle não exigiria que a ByteDance solicitasse às autoridades chinesas uma licença de exportação para o algoritmo do TikTok nem que a empresa de software compre o negócio de uma vez. Em contrapartida, a Bytedance continuaria com propriedade majoritária e forneceria à Oracle uma participação no negócio e um papel como um parceiro de tecnologia.

Críticas na China

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A ByteDance e seu fundador Zhang Yiming enfrentaram críticas públicas na China por parecer ceder à pressão dos EUA depois que foi relatado que estava contemplando a venda das operações do TikTok nos EUA para a Microsoft. Alguns internautas disseram que parariam de usar o Douyin, a versão chinesa do TikTok da ByteDance.

"A ByteDance, enquanto trabalha para encontrar uma solução para manter vivos os negócios do TikTok nos Estados Unidos, está caminhando na corda bamba entre as demandas do governo dos EUA de um lado e as expectativas do governo e do público chinês do outro", disse Mark Natkin, diretor gerente da Marbridge Consulting. "Ela não pode se dar ao luxo de cometer nenhum erro ao longo do caminho." /COM INFORMAÇÕES DA REUTERS 

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