Huawei anuncia processo contra EUA por proibição de seus produtos

Medida intensifica reação contra campanha que visa a remover companhia de mercados ocidentais

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Por Redação Link
Atualização:
Guo Ping, presidente da Huawei, anunciou processo contra os EUA durante entrevista coletiva Foto: AP Photo/Kin Cheung

A fabricante chinesa Huawei anunciou nesta quinta-feira, 7,  um processo contra os Estados Unidos, intensificando a reação contra uma campanha que visa remover a companhia de mercados ocidentais, por temores de que seus equipamentos de telecomunicações possam ser usados pelo governo chinês para espionagem.

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"Esta proibição não é apenas ilegal, mas também restringe a Huawei de participar da concorrência leal e, em última instância, prejudica os consumidores americanos", afirmou um dos presidentes da empresa, Guo Ping. O executivo também afirmou que seus servidores foram hackeados por autoridades dos EUA. Em entrevista coletiva realizada na cidade de Shenzhen, sede da companhia na China, Guo disse que o processo foi aberto em um tribunal do Texas para impugnar a Lei de Autorização de Defesa Nacional que proíbe as agências governamentais de adquirirem produtos da Huawei. "O Congresso dos EUA fracassou repetidamente em apresentar provas para apoiar suas restrições aos produtos da Huawei, e somos obrigados a tomar essa ação legal como último recurso", disse. O executivo insistiu que a decisão do governo de Donald Trump é "inconstitucional" e interfere no mercado. "Se esta lei for anulada, como deveria ser, a Huawei poderia fornecer mais avanços tecnológicos para os EUA e ajudar a construir as melhores redes 5G", afirmou.

Ofensiva jurídica. A companhia embarcou numa ofensiva legal nos últimos dois meses, à medida que o governo norte-americano tenta convencer aliados a abandonarem a Huawei na montagem de redes móveis de quinta geração, o 5G, usando como argumento uma lei chinesa de 2017 que requer que companhias cooperem com trabalhos da inteligência nacional.

O fundador e presidente executivo da Huawei, Ren Zhengfei, tem dito que a empresa, maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo, nunca compartilhou e nunca compartilhará dados com o governo chinês.

A planejada ação jurídica é semelhante à reação mais contida que a Huawei teve quando sua diretora financeira, Sabrina Meng Wanzhou, foi presa em Vancouver a pedido dos Estados Unidos – à época, a fabricante chinesa enfatizou a confiança na Justiça. Os Estados Unidos acusaram Meng —filha do presidente executivo Ren Zhengfei — de fraude bancária e de telecomunicações relacionadas a violações de sanções comerciais contra o Irã./ COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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