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Huawei pune dois funcionários após publicarem tuíte por iPhone

O aparelho da Apple é inimigo da fabricante chinesa em um contexto de guerra comercial entre Estados Unidos e China

Por Redação Link
Atualização:
O tuíte, publicado por um iPhone,foi deletado da conta da Huawei Foto: REUTERS/Chris Wattie

No dia primeiro de janeiro, a fabricante chinesa Huawei publicou um tuíte desejando um feliz 2019 a seus seguidores. Seria uma publicação comum, mas um detalhe chamou a atenção nas informações do tuíte: ele foi publicado por um iPhone. Por essa razão, a empresa puniu dois funcionários responsáveis pela mensagem – eles foram rebaixados de cargo e tiveram um corte de cerca de US$ 728 nos salários. 

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As agências de notícias Reuters e Bloomberg tiveram acesso a um memorando no qual o vice-presidente sênior da empresa, Chen Lifang, disse que o incidente “causou danos à imagem da Huawei”. O tuíte foi deletado da conta da empresa. 

O memorando também afirma que houve um problema na rede privada virtual (VPN) usada em um computador, que permite o acesso ao Twitter na China. Para resolver o problema, foi usado um iPhone com um cartão SIM externo para publicar o tuíte de ano novo. “O incidente expôs falhas em nossos processos e gerenciamento”, disse a empresa. 

Guerra comercial. O tuíte com o telefone errado não foi apenas um problema pela competição entre duas marcas. A briga entre Huawei e Apple está inserida em um cenário maior, o da guerra comercial entre Estados Unidos e a China.

Há algum tempo a Huawei  é apontada pelo governo americano como um risco de cibersegurança e espionagem. Vale lembrar que a gigante chinesa não fabrica apenas celulares, mas também equipamentos de infraestrutura tecnológica. Depois de terem proibido o uso de equipamentos da Huawei dentro do governo, os Estados Unidos passaram a tentar convencer aliados como Alemanha, Japão e Itália a pararem de usar os equipamentos da fabricante chinesa. No mês passado, a vice-presidente financeira da Huawei Technologies foi presa no Canadá a pedido dos Estados Unidos.  Além disso, a relação entre os dois países se desgastou ainda mais quando, no ano passado, os Estados Unidos impuseram tarifas de importação em produtos chineses.

Todos esses atritos se refletem na relação entre as duas principais gigantes dos dois países: Apple e Huawei. Na China, o apoio a marcas locais vem ganhando força nos últimos meses – alguns usuários pedem um boicote à Apple. A empresa americana está sentindo esses efeitos: nesta quinta-feira, 3, as ações da Apple caíram 10% após previsão de queda nas receitas, motivada principalmente pela queda nas vendas do iPhone na China, de onde vem cerca de 20% do faturamento da empresa. 

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