FBI está investigando se Uber usou software para atrapalhar rivais

Caso a investigação avance, ela será mais uma pedra no sapato de Dara Khosrowshahi, o novo presidente executivo do Uber, que assumiu seu posto no final de agosto

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Por Agências
Atualização:
O Lyft é um dos principais rivais do Uber nos Estados Unidos Foto: Reuters

O FBI abriu investigação para determinar se o Uber utilizou softwares para interferir ilegalmente em seus concorrentes, noticiou o jornal norte-americano The Wall Street Journal nesta sexta-feira, 8. 

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Segundo o jornal, a investigação está focada em um programa da Uber, conhecido internamente como “Hell” (inferno, em inglês), que poderia rastrear motoristas cadastrados no Uber que estivessem também fazendo corridas para seu maior rival nos Estados Unidos, o aplicativo Lyft. 

Segundo reportagem do site norte-americano The Information, que revelou o esquema em abril deste ano, o Hell foi utilizado entre 2014 e 2016 para descobrir motoristas que prestavam serviços para os dois aplicativos e direcionar corridas para eles, afetando diretamente a competição com o rival. 

O software também permitia que a Uber obtivesse dados sobre motoristas trabalhando para as duas empresas e pode ter permitido que os motoristas fossem incentivados financeiramente a deixar a Lyft, acrescentou o WSJ.

Para os investigadores é se o programa utilizava acesso não autorizado a um computador ou smartphone, disse o jornal, o que poderia incorrer no crime de invasão de dispositivo informático. Procurado pela Reuters, o Uber não estava imediatamente disponível para comentários.

Caso a investigação avance, ela será mais uma pedra no sapato de Dara Khosrowshahi, o novo presidente executivo do Uber, que assumiu seu posto no final de agosto, após a queda de Travis Kalanick. Fundador da empresa, Kalanick foi afastado de seu cargo em junho, após envolver-se em uma série de escândalos no comando do Uber. 

Em fevereiro, a empresa iniciou uma investigação interna sobre a cultura, após denúncias de casos de assédio sexual e moral dentro da companhia. Como resultado, mais de 20 funcionários foram demitidos. Após a divulgação dos resultados completos da investigação, o vice-presidente de negócios – e segundo na linha de comando – Emil Michael deixou a empresa, seguido pelo próprio Kalanick, em junho. 

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A empresa também enfrentou outros escândalos recentemente, como quando Kalanick discutiu com um motorista do serviço e foi gravado, as revelações que mostraram que o Uber usou um software para evitar a fiscalização pelo governo em diversos países. Mais recentemente, há ainda o embate na Justiça com a Waymo, divisão de carros autônomos do Google, sobre um suposto roubo de tecnologia por um executivo do Uber. No Brasil, é importante lembrar, o Uber também passa por uma batalha contra motoristas na Justiça do Trabalho – as decisões divergem até aqui.

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