Chromecast, Fire TV, Apple TV: o teste dos principais dispositivos para streaming

Para te ajudar na escolha de um deles, a equipe do Link testou os principais modelos disponíveis no País

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Por Giovanna Wolf e Bruno Capelas
Atualização:

Durante a quarentena, muita gente correu para serviços de streaming para se divertir enquanto tinha de ficar em casa. Mas, sem uma Smart TV, como fazer para assistir um vídeo na televisão?– afinal, chega uma hora em que ver tudo pelo celular é muito chato. A resposta está nos dispositivos de streaming, que tiveram um boom ao longo dos últimos meses. A categoria, que permite a qualquer um conectar uma TV que tenha entrada HDMI, ganhou vários lançamentos recentes. Para te ajudar na escolha de um deles, a equipe do Link testou os principais modelos disponíveis no País: 

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- Chromecast 3, do Google- Fire TV Stick Lite, da Amazon- Apple TV 4K, da Apple- Mi TV Stick, da Xiaomi- Roku Express, da Roku

Abaixo, você pode conferir o que achamos de cada um deles, com detalhes sobre assistentes de voz, controle remoto, qualidade de conexão ao Wi-Fi e também disponibilidade de serviços – há certos aparelhos que não têm apps para plataformas populares como Globoplay e HBO Go, o que é um desfalque. A seguir, o veredito. 

Chromecast 3: Pioneiro é bom, mas precisa de atualização

Chromecast 3 faz bem o que promete, mas precisa de nova atualização para não ficar para trás perto dos rivais Foto: Google

Quando se fala em dispositivo de streaming para TV, o Chromecast é o primeiro nome que vem à mente. Há uma razão para isso: o aparelho do Google chegou ao Brasil em 2014 e virou sinônimo da categoria, feito gilete e lâmina de barbear. Mais recente, o Chromecast 3 chegou aqui em fevereiro de 2019 por R$ 350. Com alta do dólar, subiu para R$ 400 – mas no varejo dá para achá-lo em torno de R$ 320. A caixa vem com três itens: o Chromecast, um cabo de alimentação com entrada USB e um adaptador de energia. 

Seu ponto forte segue sendo a acessibilidade, tanto pelo preço quanto pela facilidade de uso. Para configurá-lo na TV, bastam cinco minutos — cada passo da instalação é bem direcionadoe se torna simples mesmo para quem não “entende” de tecnologia. Para sincronizar o aparelho à TV, basta usar o app Google Home, que também tem boa usabilidade. Além disso, diversos apps no Android (e também no iPhone) tem botões dedicados ao Chromecast e aparecem dentro dos serviços depois que um dos aparelhinhos é sincronizado. A qualidade de imagem também é muito boa. 

Mas o pioneiro tem lá seus problemas: hoje, por preço semelhante, é possível achar dispositivos que têm controle remoto independente ou assistente de voz, confortos que deixam o uso mais bacana. É um problema que tem solução à vista: lá fora, o novo modelo do Chromecast já tem esses recursos. O dispositivo, porém, não tem previsão de chegada ao Brasil – e nem se sabe se terá um preço razoável por aqui, algo importante em tempos de crise. 

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Preço: R$ 400Conectividade: Wi-Fi 2,4 GHz/5 GHzResolução de vídeo: Full HD (1080p)Controle remoto: NãoFormato: CompactoAssistente de voz: Não

Mi TV Stick: Opção bacana para casa conectada

Modelo da Xiaomi tem assistente de voz e controle remoto, mas custa mais caro que a média do mercado Foto: Xiaomi

O dispositivo de streaming da Xiaomi é bem completo quanto à disponibilidade de recursos. O Mi TV Stick tem controle remoto Bluetooth, integração com Google Assistant, opção de espelhamento de tela pelo celular e Android 9 para TVs embarcado. Mas, tudo isso tem um preço: R$ 600, um pouco acima da média do mercado. 

Em formato que lembra um pendrive, o Mi TV Stick é fácil de carregar para ser levado a uma apresentação no trabalho ou numa viagem. Por outro lado, ele pode ser difícil de colocar na parte traseira da TV caso ela seja grudada na parede. Para resolver o problema, é necessário um adaptador extra. 

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A instalação é fácil, mas um pouco mais complexa do que a de concorrentes – uma das etapas exige certa destreza manual para clicar em dois botões do controle para pareá-lo com a TV. É necessário também inserir sua conta do Google para usar os recursos da melhor forma. Se for a mesma conta cadastrada nos serviços de streaming, a integração é em poucos cliques. Se não for, há a opção de sincronizar a conta por meio de um código. A navegação pela plataforma é fluida e rápida. 

O Google Assistant também é um diferencial do Mi TV Stick, principalmente porque o controle tem um botão de acesso rápido para o comando de voz. A experiência, entretanto, não é 100%: em testes de busca feitos pela reportagem no Spotify, foi necessário dizer “João Bosco” três vezes até plataforma identificar o cantor brasileiro — de início, o sistema entendeu que a palavra pesquisada era “jogos”. 

Para quem tem outros dispositivos de casa conectada, o aparelho da Xiaomi ganha pontos: dá para falar com o controle para apagar a luz e criar aquele clima de cineminha. O controle também tem um botão para acessar em um clique o Netflix, e outro para acessar o Amazon Prime Video. Além disso, há botões para aumentar e diminuir controle, e avançar ou voltar nas transmissões, o que é bem bom. 

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Preço: R$ 600Conectividade: Wi-Fi 2,4GHz/5GHzResolução de vídeo: Full HD (1080p)Controle remoto: SimFormato: ‘Stick’Assistente de voz: Sim (Assistant)

Apple TV 4K: Ótimo (e caro), é só pra quem já usa Apple

Dispositivo da Apple é dos poucos do mercado que tem resolução 4K Foto: Apple
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Como o próprio nome diz, o dispositivo mais avançado da Apple tem como principal diferencial o suporte à resolução 4K. É um trunfo, mas também um contra senso: toda TV 4K vendida no Brasil também é Smart. Há também outros pontos fortes como processador potente, rapidez na navegação, suporte a jogos e uma experiência com a assistente de voz Siri que não decepciona. 

Se tudo isso vale R$ 2,3 mil? Pode até ser que sim, mas só para quem é um cliente Apple, que já tem outros aparelhos da empresa de Cupertino em casa — e que, claro, esteja disposto a desembolsar um valor bem acima da média do mercado, para ter a performance mais premium possível. 

Com o iPhone ou um iPad em mãos, as configurações e as sincronizações de informações são simples: é só ligar a Wi-Fi e o bluetooth, e aproximar o aparelho do Apple TV. Para evitar a chatice que é digitar pelas letrinhas da TV com o controle remoto da Apple, há a opção de digitar pelo celular: sempre que você abre o teclado na TV, o iPhone pisca sugerindo para usar o teclado do smartphone. É bem prático. 

Para quem não é um usuário Apple, porém, o melhor caminho é buscar outro dispositivo de streaming no mercado. Não que não seja possível usar o Apple TV 4K sem iPhone, mas a experiência acaba não compensando, já que você fica dependente do controle para navegar na televisão e não usufrui dos benefícios de sincronização. 

A resolução 4K também só funciona se você tiver uma televisão com suporte à tecnologia. Além disso, o cabo HDMI é por sua conta: ele não vem na caixa oferecida pela Apple. 

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O controle também é polêmico: a parte sensível ao toque é confusa e às vezes pouco precisa, o que pode ser sentido principalmente na hora de jogar algum game — em testes feitos pelo reportagem em um jogo dos Minions, os bonequinhos amarelos em alguns momentos iam para o lado quando o comando dado era o de pular acima de um obstáculo. 

Preço: R$ 2,3 milConectividade Wi-Fi 2,4GHz/5GHzResolução de vídeo Full HD (1080p)/4KControle remoto SimFormato‘Box’Assistente de vozSim (Siri)

Fire TV Stick Lite: Recursos se destacam, mas conteúdo nem tanto

Com preço sugerido de R$ 349 o aparelho conta com a presença da assistente de voz Alexa Foto: Amazon

Se fosse só pela ficha técnica, o Fire TV Stick Lite seria indiscutivelmente o melhor aparelho do mercado. Recém-anunciado e lançado pela Amazon lá fora e aqui no Brasil, o dispositivo tem tudo por um preço camarada: controle remoto, compatibilidade com redes de Wi-Fi mais velozes (5 GHz, importante em tempos de quarentena), um sistema de assistente de voz popular e a possibilidade de se conectar a outros dispositivos da casa conectada, via Alexa, de forma fácil. 

Os primeiros passos com o aparelho são fáceis. A instalação é simples e a presença de um adaptador na caixa deixa o stick fácil de ser usado em qualquer posição na TV. A configuração inicial também é tranquila, mas tem uma questão. É necessário usar a conta da Amazon, o que já integra o aparelho ao Prime Video serviço de vídeo da empresa – o que pode ser um problema para quem divide a conta com o resto da família, mas não a TV. 

É um detalhe menor perto de outros obstáculos, especialmente na área de conteúdo. Primeiro: o Fire TV Stick Lite não tem aplicativos oficiais para serviços de streaming populares no País, como Globoplay  ou HBO Go. Para fazê-los rodar, só usando espelhamento de tela a partir de um celular, o que traz desvantagens – incluindo interrupções por aquela mensagem chata no WhatsApp. 

Outro problema é o Fire TV Stick Lite achar que todo mundo vive no mundo de Jeff Bezos: apesar de ter diversos menus, ele só mostra conteúdo de outros serviços de streaming em sua página inicial. No setor de Filmes ou Séries, parece que o usuário está dentro do app do Prime Video. No entanto, a experiência com a voz é bacana: tal como nas caixas de som conectadas, Alexa é esperta – conseguiu identificar vídeos de memes no YouTube apenas por descrições distantes como “choque da uva” ou “sabia não”. A integração com o serviço IMDb, que tem dados e curiosidades de cinema, também é legal. 

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Preço: R$ 350Conectividade: Wi-Fi 2,4GHz/5GHzResolução de vídeo: Full HD (1080p)Controle remoto: SimFormato: ‘Stick’Assistente de voz: Sim (Alexa)

Roku Express: patinho feio, mas ‘pau pra toda obra’

Roku Express chegou ao Brasil em setembro e custa R$ 350 Foto: Roku

Bastante popular nos EUA, mas quase desconhecida no Brasil, a Roku chegou ao País com uma missão inglória: bater de frente com marcas gigantes no imaginário do brasileiro. Mas o Roku Express, seu dispositivo lançado em setembro, não fica devendo em nada para os rivais: é um aparelho que tem bom preço e cumpre muito bem o que promete. 

Seu processo de instalação, assim como os demais, é bastante simples, mas tem uma etapa a mais: criar uma conta própria (e mais uma senha para guardar na cabeça). Depois disso, cabe ao usuário procurar por seus aplicativos favoritos – em uma quantidade vasta de opções, que inclui tanto os serviços lá de fora como os nacionais Globoplay e Telecine, além de inúmeras plataformas pequeninas e alternativas. 

A presença de um controle remoto simples e de pegada confortável também é um ponto alto para os dispositivos do mesmo preço. Quem quiser, porém, pode usar o aplicativo da empresa como controle remoto – o que ajuda na hora de digitar na busca de filmes ou séries. A ausência de comando de voz é uma questão, mas não deve incomodar usuários que não tem outros aparelhos de casa conectada. 

Nem tudo, porém, é incrível: o design das telas do dispositivo privilegia a funcionalidade, não a beleza, o que pode desagradar alguns. A falta de Wi-Fi com 5GHz não chega a ser um problema, mas é uma ausência sentida. Às vezes, a navegação e a busca também são um bocado mais lentas que em concorrentes da mesma categoria, mas nada que afete a experiência em geral. São defeitos, no entanto, que fariam o Roku ser incapaz de nocautear os rivais. O que não quer dizer que ele não possa vencê-los por pontos, em uma luta suada. 

Preço:R$ 350Conectividade:Wi-Fi 2,4 GHzResolução de vídeo: Full HD (1080p)Controle remoto: SimFormato: ‘Box’Assistente de voz: Não

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